sexta-feira, 9 de abril de 2010

Um caldo com Lidia

Por que esse blog se pretende plural, publico, mais na vitrine por assim dizer, a crítica feita pela leitora Lidia ao texto Síntese Relacional que escrevi dias atrás aqui no blog. Sinceramente fiquei feliz com o comentário da Lidia. Bom perceber que pessoas com desenvoltura crítica transitam por aqui. Também concordo com ela quando diz que é complicado teorizar os assuntos do coração. O que fiz foram meras anotações - e não propriamente um texto - na exata medida do clichê que ela apontou, que tinha como produto final o amor ideal. Aceito e também concordo que a ideia de um modo geral possa ter sido uma repetição de mensagens já dadas outras tantas vezes. Mas, se no mundo dos que respiram não é possível atingir o amor ideal, tenho certeza que ninguém me condenará por tentar tocar o sublime do amor por meio das palavras, essas que acabam produzindo sentidos sem, muitas vezes, produzir as sensações correlatas. Pode também ser um vício dos modernos, tão cartesianos que, ao final, somos todos. Sobre o teu esconderijo identitário Lidia, como não sou muito de criar regras, tudo bem. Depois de uma crítica com porquês razoáveis e sensíveis, aceito teu anonimato. A linguagem de fato não cede quando se expressa, o que não concordo é que alguém de o tapa e saia correndo, teu silêncio implicaria alguma coisa próxima à covardia. E fico feliz que assim não tenha sido. És anonimamente bem vinda, afinal, é preciso respeitar a diferença e as tuas verdades pressupostas!


Um resposta à altura dos outros posts. Achei teu blog por acaso, e, assim, casualmente voltei outras vezes. No entanto, por um único motivo, o sentimento. Antes de virgulas bem usadas, coesão e coerência, um bom texto precisa ter sentimento. E os seus, via de regra, transbordam afeto.
De fato, não te conheço, mas cada linha de seus escritos sugere sensibilidade e ternura, parecendo ter endereço certo. Qual não foi a minha frustração ao ler esse post. Certas coisas são melhores quando não ditas. Sinceramente, não me apetece a idéia de teorizar os assuntos do coração. Diferente de você, não penso que seja preciso. Pegamos essa mania de reduzir tudo a termo, inclusive o que sentimos. Parece-me muito mais uma vã tentativa de controlar e arquitetar as futuras relações.
Mas até aí, ok. Se acreditas que tem o poder de abreviar a complexidade ‘relacional’, tudo bem. Mas, ao menos o faça de forma criativa. E nesse ponto é que fica a minha maior bronca. Você não foi além de obviedade. Sociedade Repressora versus Sociedade Libertina, igual a amor perfeito. Muito minguado para quem já escreveu belíssimas poesias. De duas, uma: ou não alcancei a complexidade de sua proposta, ou, em razão dos outros textos, esperava mais de você. Em suma, achei ‘raso e clichê’.

Ps: Que papo é esse de só aceitar críticas com nome e endereço?!? Antes de qualquer coisa, vem a força das palavras. A poesia não perderia o sentido, se ao final, no lugar de Neruda, estive Gonçalves. Deixa de frescura homem!

3 comentários:

  1. Gosto da ideia de pluralizar e focar nas questoes (realmente) MAIORES de um texto escrito/comentado e criticado: ficar debatendo anonimatos, no fim das contas, fica meio "picuinha".

    Mas ESTIMULO as pessoas a BOTAREM a cara: sempre que aparecem criticas as pessoas se anonimatizam (como se apenas pudessem aparecer quando elogiam e agradam).

    A internet e seus PERSONAGENS...

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  2. Nesse caso mais personagem do que nunca!
    Esqueci de comentar aquele dia gabriel, mas li teu livro e fiquei completamente feliz de achar outro louco que tenha metido jung na história dos juristinhas herméticos! Citei várias vezes na dissertação, parabéns!

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  3. Paulo, por essa não esperava! Certamente esse 'caldo' já rendeu um acanhado par de asas aos nossos peixes.

    E, pelo visto, chegamos a um ponto pacífico. Não há como negar que determinadas coisas, quando ditas, soam repetitivas, mas "quais são as palavras que nunca são ditas?" Não é?!

    Assim, por o cerne da questão aqui posta não estar estritamente ligado ao anonimato – e também para evitar ‘picuinhas’ – deixarei essa história um pouco de lado. Contudo, uma coisa eu lhe asseguro, isso nada tem a ver com um esconderijo seguro de onde eu possa atirar pedras protegida pelos bastidores. Nada mesmo.

    Gabriel: Personagens, todos somos.

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