domingo, 26 de junho de 2011

NÃO ME SIGA, ESTOU PERDIDO





Fiquem alertas,
nada vai acontecer.



quarta-feira, 22 de junho de 2011

O TESÃO DOS VELHOS

- velho sem noção dos anos 30 com problemas psíquicos- 


Eu ainda me acho novo. Apesar disso é engraçado perceber que já não estou entre os mais novos. Da experiência com o amor somos cientistas desde cedo. Depois que a gente supera os amores do ninho, transferimos a energia para uma namoradinha. Mas sempre somos novos demais, puros demais, idiotas demais. Amamos, antes de tudo, a possibilidade de poder amar alguém.

E é em geral por isso que a quantidade de equívocos é grande em matéria de amor nessa fase fodida em que não temos pêlo no peito nem lucidez na moringa. É normal amar mais o “ter a namoradinha” do que a namoradinha propriamente dita. Esse “ter a namoradinha” é a primeira ereção existencial de um homem. Eu tinha um filé de namoradinha, mas como eu fazia tudo errado, ela meteu uma galhada em mim. Hoje dou toda a razão pra ela.

Quando eu tinha 13 anos queria ter uma namorada pra mostrar que eu já tinha condições de ter uma namorada. Desde cedo queremos a individuação. Queria muito porque além de querer muito, um amigo meu de 12 anos (ou seja, 1 ano mais novo que eu – considerando que nessa época 1 ano parece sempre muito mais que 1 ano) tinha uma namoradinha, que era uma belezinha que, legalmente, não poderia fazer sexo, mas que, mesmo assim, vivia dando a perequitinha 0km pra esse meu amigo.

Claro me dava uma inveja filha da puta dele, que já tinha chumaços de pêlo embaixo do braço sendo 1 ano mais novo que eu, que só recebi pêlos de sovaco com atrasados 19 anos. Durante toda minha pré-adolescência achei que minha falta de pêlos era determinante pro meu insucesso com as mulheres. Hoje a moda é tirar os pêlos, o que demonstra como o mundo é historicamente bipolar.

Além disso, eu era um rato de laboratório, raquítico, branco que nem uma farinha de trigo, com uma orelha de abano (sim, apenas uma) que me rendeu apelidos clássicos como “zôreia”, “topo gigio”, “dumbo”(sim só uma orelha, dá pra imaginar o desastre?). Eu acho que o SUS deveria pagar essas cirurgias de orelha pra todo mundo que nasce com elas alienígenas e tenebrosas como a que eu tinha.

Eu ia visitar esse meu amigo que morava em outra cidade e ele com aquela namorada belezinha de 13 anos. Aí de noite, depois de dar umas voltas a pé pela rua, passando frio e bebendo vinho barato no bico, voltávamos pra casa. Eu dormia num colchão na sala e ele ia pro quarto com namoradinha. E eu ficava lá ouvindo os ruídos daquela trepada teen, pensando que eu era um desgraçado.

Pensando, hoje, dá pra perceber que todo guri de 13 anos é um desgraçado. Eu não sei como anda o grau de lucidez dessa gurizada que tem 13 anos hoje, porque eles são diferentes, já nascem sem sexo, trepando a 3 desde cedo (o que eu que já sirvo pra tio deles nunca fiz...(candidatas favor enviar email)). Uma amiga disse que a nova raça dos adolescentes de hoje é de “menines”, já que não são nem meninos, nem meninas. Essa gurizada nascendo sem sexo é uma pedrada na moral do século passado, que ainda nos dá a impressão de que não passou.

Na minha adolescência do século passado, teve um dia em que os pêlos filhos da puta resolveram aparecer. Dei a sorte grande de namorar uma menina linda e gostosa, lisa como uma sobrecoxa de frango sem couro. Todo mundo queria namorar com ela e não sei até hoje como consegui. Deve ter sido porque eu arranhava umas músicas no violão e porque era um estrategista profissional no “verdade e consequencia” que é um jogo que serve de pretexto pra todo mundo pegar todo mundo. Acho que a mulherada adora violeiro porque imaginam aqueles amores ciganos, em que o cigano seqüestra a amada pra uma aventura encantada da Disney. Seguramente vários relacionamentos têm um débito enorme com os violões.

Namorei essa menina um tempo e depois ela me trocou por outro. Fiquei fodido e brocha e, pensando, foi isso que me tornou um assassino. Depois namorei outras e sempre no final ficamos fodidos e brochas por um tempo. Depois vem outra e começa tudo outra vez. Mas eu venho pensando que pode ser que assim não seja pra sempre. Afinal, se for como todo resto, com amor, é também praticando que a gente aprende.

E é aí que eu acho que, mais uma vez, o óbvio não consegue ser visto. Quanto mais velho for o casal, maior será o amor e o tesão. Vou trepar muito com a minha velha, tomar chimarrão no domingo discutindo sobre a desobediência dos cachorros e dos netos, esperar que ela me traga pedaços de bolo com café enquanto eu morro corcunda escrevendo em cima de um computador. Quando eu ficar velho vou ter cansado de brigar comigo, com certeza.



terça-feira, 21 de junho de 2011

CNJ: como sua a bunda no verão!



- Meritíssima do RJ, vou mandar esse palhaço do demônio assustar a Senhora durante à noite, mas é pro seu próprio bem, acredite. Se a Senhora não estiver de pijaminha bege, ele vai puxar seus pés também! - 

O pessoal do CNJ, esse Conselho preocupado com a Justiça aqui no Brasil, está discutindo sobre a obrigatoriedade do terno e da gravata nas salas de audiência do país. Isso porque uma juíza ortodoxa - que não sua (do verbo suar) a bunda nem o sovaco porque quando sai da sala de audiências com ar condicionado, entra no gabinete com ar condicionado, depois no carro com ar condicionado e, de noite, dá a bunda sem suor para o marido na suíte com split programado pra desligar à 1:00 da madrugada, que é quando o marido dela já gozou e que, pela programação, evita um congestionamento das vias aéres da magistrada já que esses splits deixam o ar seco demais - cancelou uma audiência porque um advogado não estava de terno e gravata.

Lá no Rio - imagino - o verão é de renguiar cusco, tal qual faz o frio no Rio Grande do extremo sul. Lembro ao CNJ que no verão brasileiro insuportável de todos os lugares, o saco aumenta (o que é um incomodo pra quem usa terno, já que dá uma sensação de que existe uma gravata atarrachada nas bolas da gente), o sovaco sua demais e só existe vontade de virar vagabundo e ir pra Itapuã, sentar numa cadeira de vime, mandar tudo à merda, beber capirinha e participar de misticismos do canbomblé da Bahia, igual fez o Vinícius de Morais, que não era muito de usar terno.

Eu já decidi: vou comprar um terno vermelho com mangas coloridas e uma gravata do chapeleiro maluco. Assim, fico adequado. Mas é provável que, ainda assim, eu seja simbolicamente enforcado em praça pública, com o delírio dos ortodoxos e o gozo interno dos homens de bem.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

when the morning



Nunca amamos ninguém.
Amamos, tão-somente,
a ideia que fazemos de alguém.
É a um conceito nosso,em suma,
é a nós mesmos que amamos.


Quem escreveu isso foi o Fernando Pessoa que foi um dos últimos grandes de verdade.

Aí eu pergunto: O que será que o Nietzsche acha disso que o FP disse? E essa não é uma dúvida só minha. Se o Nietzsche quiser responder que venha tomar um vinho conosco (sim, tenho minhas fantasias).

um provável fim dos comentários


Eu to com a seguinte ideia: escrever as histórias que eu tenho com os leitores que comentam seguidamente (ou nem tanto) as coisas que eu escrevo por aqui. Com a mais crua honestidade.

Como se a história dissesse aquilo que em geral não se diz e que morre nos ouvidos do pensamento. Coisas do tipo “conheci a fulana no mercado, então transamos uma vez na situação X” ou “o tal cara tem uma barriga asquerosa e consegue viver sorrindo o dia todo”. Só que pra isso preciso da permissão de cada um desses leitores.

Essa experiência de escrever num espaço em que as pessoas podem ler o que escrevemos em um completo anonimato, é uma experiência da curiosidade. Esse contador de visitas é uma coisa de gente vaidosa, que fica computando o número de visitas aqui no blog, sempre demonstra quantas pessoas estiveram aqui para entrar nos meus vômitos organizados em frases e palavras. Eu ainda não entendo porque tratamos tão mal a vaidade.
Lembro da história e só consigo achar a desculpa de que na idade média os nossos ancestrais do ocidente viraram uns maria-vai-com-as-outras atrás de Deus e da igreja católica. Eu nem sei porque direito, mas eu não vou com a cara da igreja católica.

E já não sou mais ateu. Domesticados a não pensar, já que a verdade pertencia a alguma coisa fora deles mesmos, os camponeses nasciam e cresciam domesticados a permanecer num permanente estado de submissão.

Depois o Nietzsche ficou puto da cara com essa história e jogou a merda no ventilador dizendo que a gente deveria colocar o pau na mesa, não como homens, mas como um humano que não seja demasiado humano. Aí a gente começou a mostrar o pau da nossa humanidade.

E aí começou a merda da competição e, depois, da vaidade. Desde que a idade média terminou estamos comparando o tamanho dos nossos paus com os colegas do lado no mictório. O que tiver o pau maior vai achar que venceu.

Isso que acontecia e até hoje acontece com essa “briga” pelo pau maior, desenvolveu outras brigas por vaidade que estimularam a eterna vontade de vencer (de quem?!).

O Nietzsche que percebeu isso escreveu então a teoria da vontade de potência, que alguns livros chamam de vontade de poder porque os tradutores acham charmoso discutir sobre a “real” tradução de alguma merda de palavra.

Desde que o Nietzsche morreu que eu nem sei quando foi, até hoje, não avançamos NADA em relação à isso.

Pelo menos nós aqui do Ocidente. Seja potência ou poder, a questão é que o Nietzsche falou: “isso é normal minha gente, então temos que deixar que o nosso normal não fique escondido em nós mesmos!”. Ainda não entendemos isso! Vamos lá minha gente! Vamos entender a partir de HOJE, COMBINADO?

Se quiser continuar com a fantasia de fantoche dos dedos, me escreva um email pra que eu possa mandar você à merda com letras GARRAFAIS. Se você pôde rir, ainda que tenha sido com o canto da boca, é porque está salvo. HÁ-HÁ-HÁ (!¿W!:::?¿?¿?¿).

Gosto de dialogar com vocês, confesso. Me divirto, sozinho, aqui com meu vinho, uma terapia. E não pago nada pra vocês. Uma terapia barata e doente. Sobre o que eu tava falando lá em cima mesmo (peraí, deixa eu voltar lá pra ler, depois volto aqui e continuo). Bom, agora perdi a paciência e vou dormir.

Acho que a Clarice Lispector fumava maconha. Só pode. E agora eu acho que o amparador vai embora. Só pode. É assim que as mentiras se propagam.

p. s. comentadores habituais e não habituais, digam aí se eu posso escrever essas histórias cruas. Se ficarem quietos vou entender como permissão. E daí vou escrever se tiver com paciência.



quando é preciso discordar



CONCLUSÃO:

se for ser estuprado(a), gema com prazer.

terça-feira, 14 de junho de 2011

EXPLICAÇÃO PSICANALÍTICA SOBRE A NECESSIDADE DE UMA MULHER SABER COZINHAR (E QUE, EM SABENDO, O FAÇA COM FREQUENCIA)

O menino, logo que nasce, se alimenta pela teta da mãe (Ah, pára!?...). É a figura da mãe que fica marcada como fonte de sobrevivência nas bases psíquicas relacionais-afetivas-desejantes-sexuais do xiruzito. Afinal, sexo é vida e a vida só vem e se mantém com alimento...(Ah, pára!...).

Com a menina acontece o mesmo, mas a atração íntima e misteriosa que existe entre os opostos, a leva a desejar a diferença que só pode ser encontrada no pai (se você acha que os opostos não se atraem, pare de ler).  Querendo o pai, a menina enfraquece a natural relação de atração entre o desejo e o alimento-como-energia. Como se a menina tivesse uma sorte natural de desejar um objeto (o pai) e alimentar-se de outro (a mãe).

Essa “vontade pelo diferente”, que mora sempre no pátio mais amplo da nossa consciência, se dá para a satisfação do antigo mito do universal, do andrógino, da completude, de Deus, do Eterno, e do que mais se quiser que seja paradoxal e imutável. O desejo, para que seja
satisfeito, requer a energia do alimento. Eu, por exemplo, quando vou trepar sem ter me alimentado direito, consigo dar uma só (e quando me alimento direito, também).

Se isso por um lado “salva” as meninas, por outro, condena os meninos, que desejam e alimentam-se do mesmo objeto. Para as meninas, essa partição ameniza o fluxo de energia psíquica que é atraído por esses dois grandes canais que são o instinto de sobrevivência, que sobrevém pela “vontade individual de autopreservação”, e o instinto de preservação da espécie, que sobrevém pela vontade coletiva de eternidade, que deveras se trata de um egoísmo do mais filho da puta que há. É como se a ontogênese a e filogênese sugassem o maior fluxo de energia e força psíquica que carregamos na bagagem (qual bagagem? Aí eu já não sei ao certo...)

Essa harmonia natural do bicho mulher é roubada do bicho homem pela natureza, que nesse caso é uma baita filha da puta. Para o menino, desde cedo e sempre - que são momentos gêmeos - a fonte primordial é confundida com o inseguro terreno do desejo. E é justamente a possibilidade de uma experiência inconsciente de perda da fonte de energia vital, que em geral se dá por meio do autodescontrole gerador de uma tórrida insegurança pela incapacidade de abastecer os dias, de manter a esperança da potencialidade de ser e de dar capacidade para a linguagem do choro, que faz o homem querer recuperar um pouco disso na mulher que escolhe pra chamar de sua, sem querer se tornar dono dela, obviamente, porque isso já é demodê. Será que dá pra vocês continuarem cozinhando e nós trocandos os pneus? Pelo menos na maioria das vezes. Se acharem que trocar pneu é uma vez na vida e outra na morte e que comer é uma obrigação diária, fodam-se!

Resumindo, por isso é que os homens gostam muito de mulheres que sabem cozinhar. Ou dessas que passam na padaria e compram o café da manhã pra gente.

ps. esqueça amigo! mulher gostosa como a da foto não cozinha nem aqui nem no Japão desolado pelo terremoto.

domingo, 12 de junho de 2011

AS PESSOAS PODEM SER DIVIDIDAS EM DOIS GRANDES GRUPOS




As que têm medo de permanecer sozinhas
E as que têm medo de permanecer com alguém.
Umas impacientes, do quarto pra cozinha,
Outras querendo trair o parceiro com ninguém.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

lovemetender



"E daí se eu passar o dia dos namorados sem namorada?! Eu também não passo o dia do índio com um índio, nem o dia da árvore com uma árvore, muito menos o dia de finados com um defunto!"

quarta-feira, 8 de junho de 2011

ÚTERO NOSSO DE CADA DIA






Quando o capitão Nascimento apareceu pela segunda vez, o “cala boca 01” saiu de moda pra dar lugar ao “o sistema é foda”. Essa última foi a frase do momento quando o filme foi lançado pelos camelôs e, depois, pelos cinemas do país, que cobram mais caro que os camelôs. Acho que a modinha até já passou, mas acontece que esse texto é antigo e agora que voltei a abrir o arquivo... já nem lembro em qual planeta eu andava quando escrevi essa porcaria.

Seja como for, essas frases vivem e morrem como as estações. Daria pra citar várias se eu tivesse com alguma paciência. Como estou sem nenhuma, lembre você mesmo dos ditos que caem no gosto popular e os que você usou pra sentir que pertencia a alguma espécie e que não era um filho da mãe alheado do resto, sozinho, fodido e depressivo. De qualquer forma, a boca do povo também salva a grande laia, aliás, uma pertence à outra. A boca do povo, em geral, tem mau hálito e dentes cariados. Digo em geral porque também acho o sistema foda. Digo em geral, também, porque dizer que o sistema é foda, nada mais é que a simplificação de uma grande verdade. E aí meus amigos, eu agora a todos revelo: as únicas verdades possíveis além das sensações (essas são as verdades maiores– e isso o Caeiro já sabia) são as verdades que atestam o que acontece no mundo podre em que vivemos.

No meio dessa podridão toda, é um alento perceber que a arte não morreu. Não sei o que é arte, isso é coisa pra quem fica perdendo tempo tentando definir as coisas, o que é um baita problema da nossa civilização de hoje e de sempre. A arte que eu entendo por arte - e que não vou perder tempo tentando explicar aqui -, vive e continua cheia de força. O sistema é foda, sim senhor, sim senhora! É melhor escutar “o sistema é foda” do que “o reboleichon chon...”. Claro que tem arte para todo gosto. Quem gosta do “reboleichon chon” tudo bem, que dance e se foda bem longe de mim.

Até a arte consegue ser podre e sem propósito. Se não tiver propósito, tudo bem. Pensando com calma, tudo é sem propósito. Existir não leva a lugar nenhum. Morrer também não leva a lugar nenhum. Tudo é uma questão de resistência, de vencer as horas e os dias com alguma ocupação qualquer. A arte produzida pelo cinema, que fez sair do filme Tropa de Elite 2 a frase da passarela nessa estação da linguagem, é legítima porque faz um aforismo contemporâneo do que efetivamente é, da centrífuga calamitosa em que estamos todos à exceção do filho de uma égua do Palocci, que não vai me processar porque não lê meu blog.

A força da arte que nasce do cinema é foda! A arte tem uma influência fortíssima sobre a grande massa encefálica coletiva. Essa influência é a mesma da mídia (claro que é um argumento cansado...), porque a novela e o futebol também formam a moral do povo. A moral anestesiada do povo. O povo se distrai com a novela, com o seu time no campeonato. Tudo pra não perceber que o sistema é foda e que não adianta querer desmontar essa bomba que nos explode aos poucos. A arte do cinema, tal qual a arte do futebol e da novela, penetra na cabeça pseudoencefálica do povo, justifica os dias, o passo cansado das horas, fazendo tudo parecer ter um sentido que, em verdade, não existe.

Claro que o cinema não é um privilégio do povo, é caro, restrito, burguesinho. Ainda bem que existem os camelôs que vendem cinema para o povo. É a democratização da arte que é proibida pela lei que não existe, que é a lei do mais forte (economicamente). E a gente ainda fala em estado democrático de direito. Todo jurista adora falar isso e não faz ideia do que fala. Ainda tenho uma raiva tenebrosa de todo jurista porque tenho um preconceito filho da puta com todos eles, confesso. No fim das contas, nada é democrático, você participa se tem cacife, ponto final. É como no pôquer, se não tiver fichas não joga. É como buceta de puta, se não tiver dinheiro a calcinha não arria. Precisamos de dinheiro pra tudo, até para ter mulher. Seja uma puta ou a sua esposa. E que as mulheres não me interpretem mal, porque se forem interpretar já estarão enganadas. Os homens também. E se isso pareceu confuso, pare de ler porque você não vai conseguir entender bulhufas. Se isso pareceu arrogante, que se foda. Me permito pelo menos aqui dizer alguma coisa com pureza.

Em geral eu tendo a pensar que tudo que a massa louva é porcaria. Eu tento não julgar, mas acabo julgando. Não julgar é dos exercícios mais impossíveis que existem, fica bonito no discurso, mas aplicar é foda. Experimente ficar um dia inteiro sem julgar absolutamente nada. Deixar de julgar certos e errados, feios e bonitos, atitudes morais e amorais. É quase impossível de fazer pra quem não é doente mental como aqueles caras que ficam meditando numa caverna e se alimentando de cebo da língua..., quando acordamos e temos que tirar a bunda da cama, já julgamos a existência, pensando que a vida toda é uma merda e que é um saco ter que nascer pra vida todos os dias, ainda mais nesse frio filho da mãe que anda fazendo aqui no sul. Acabamos julgando do inicio ao fim. Do dia. Da vida. E talvez até da morte (depois que eu morrer volto e escrevo pra dizer se lá também é assim que funciona).

Mas, resumindo, a merda toda é a seguinte, o sistema é foda porque ele te diz: ou você me acompanha ou eu vou te ferrar até você dizer chega. Atrás do sistema está o dinheiro, que é hoje o combustível viral de tudo. O sistema é drogado, é alcoólatra. E se você quiser fazer parte do sistema, você tem necessariamente que estar adequado. Cheirar a merda e dizer que fede a baunilha com morangos e flores. Tapar o sol com a peneira. Participar do teatro.

Viver é uma angustia. Toda angústia só é angústia porque sente falta de algo. Toda angústia é uma incompletude. E se sentimos que nos faltam pedaços, queremos recuperá-los. Recuperar é o desejo de voltar a ter algo que tínhamos e que perdemos. Queremos a sensação de volta. A sensação que já sentimos e que se foi com a correnteza da existência. Mas qual é sensação? Se é na origem que deixamos nossa sensação primeva, desejamos de verdade uma volta ao útero.

Nós homens passamos a vida comendo pererecas de todos os tipos e tamanhos, pelo menos até encontrarmos uma que substitua todas de todos tipos e tamanhos que é quando o famoso amor dá as caras. Estamos sempre querendo inconscientemente dar um bico de retorno dentro da perereca. Pensando que ela é uma piscina que podemos nos atirar e ficar eternamente lá dentro. Fazemos isso com o pau... ficamos lá, cavando e cavando, mas, na verdade, queremos entrar lá dentro e ficar. Tomar posse daquele espaço que não mais nos pertence. O gozo de um homem é o choro por perceber que não é possível voltar ao útero. O útero é o nirvana da existência.

Então, quando percebemos que não é possível invadir uma perereca e permanecer lá dentro, decidimos que o melhor mesmo é morrer, se deixar confundir com a terra. Da terra viemos e à ela voltaremos. Acho que isso foi escrito na Bíblia por algum dos coautores da Bíblia, esses todos que ainda não fizeram o currículo lattes do CNPq. Queremos morrer porque vimos que a terra é o útero possível dos que passaram a viver. E não me venham dizer que isso é complexo de Édipo porque o Freud só escreveu bastante do jeito que escreveu porque não comia ninguém.

terça-feira, 7 de junho de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

domingo, 5 de junho de 2011

Do Pastor Amoroso






É fácil trocar as palavras
Difícil é interpretar os silêncios
É fácil caminhar lado a lado
Difícil é saber como se encontrar
É fácil beijar o rosto
Difícil é chegar ao coração
É fácil apertar as mãos
Difícil é reter o calor
É fácil sentir o amor
Difícil é reter sua torrente.


Talvez Caeiro

sábado, 4 de junho de 2011

o zoon políticus brasilians capirinha bundas siliconicans



Uma coisa é certa:
se o Palocci tiver uma amante
a mulher nunca vai ter certeza se é corna.

Do Guardador de Rebanhos




Dorme sobre meu seio,
sem mágoa nem amor...
No teu olhar eu leio
o íntimo torpor
De quem conhece o nada-ser
de vida, gozo e dor.

Talvez Alberto Caeiro

sexta-feira, 3 de junho de 2011

insatisfação eterna




Homem não tem solução:
Se a mulher der pouco, vai achar injusto.
Se a mulher der sempre, vai querer mais honestidade.



quinta-feira, 2 de junho de 2011

explicação silenciosa da saudade





A temperatura era baixa.
A cadela dormia no meu colo,
enrolada no cobertor.
Mesmo aquecida e energizada,
rosnou baixinho,
choramingou,
queria descer no chão onde as possibilidades eram tantas.
Como não tinha coragem de se lançar no ar,
dei uma mãozinha com a mão.
Então ela foi deitar perto da porta,
no piso gelado pelo inverno,
esperando seu amor,
que pela mesma porta tinha saído
e ido sabe-se lá pra que puta que pariu.
O bichote ficou grudado na porta,
o mais perto que podia daquilo que amava.
Era uma condição que dela só requeria resignação.
Resignou-se sem vitimização.
Resignou-se sem pensar que tinha que resignar-se.
Dormiu em seguida, indiferente ao piso frio.
Talvez para que o tempo passasse mais rápido.
Diz a sabedoria animal:
dormir é uma saída boa pra quando a saudade aperta.
As mulheres usam chocolate.
Eu fico com o sono, cansa menos que comer
e , além disso, não me força à escovar os dentes.
O bicho ficou ali, me ensinando coisas sobre a saudade,
num silêncio de matar qualquer saudade com entendimento.
(E erguendo a cabeça a cada alarme falso de chegada).


O maldito "ou" entre o certo e o errado



Eu até tinha pençado em escrever umas notas sobre o tal livro do MEC que apavorou os maniqueuz de plantão. Rabizquei alguma coisa no computador. Depois fiquei com preguissa de terminar a ideia. O tempo que nunca nos deixa um tempo pra fazer as coisas que nos aprasem, também não ajudou. Pensei que era um bom momento de demonstrar que, até institucionalmente, estamos começando vensser os lados da moeda, começando a unir os pares de opostos e rumar em direção à eternidade que, em grande parte, se atinge pela libertação/libertinagem/liberdade do jogo imbecil e tradicionalíssimo entre o certo e o errado.

O texto não saiu e quer saber: foda-se. Até porque (até hoje não sei essa merda dos porquês (porque, porquê, por que, por quê, pq...!?!) o vídeo já diz o que deve ser dito sobre o tema. Maniqueus, vocês estão errados! Se é contraditório eu taxar vocês de errados? Não! Se eu dice antes que o negócio é superar a eternidade? Disse! Se eu sou meio paradoxal? Sou sim! E aí, vai encarar? Se for, eu corro, mas só se for forte demais. Se não for, eu faço de conta que ganhei, mesmo sabendo que ganhar não existe. 

"Apesar da extensão territorial, todos os brasileiros falam a mesma lingua. Certo ou errado? Certo e errado..."