sábado, 27 de abril de 2013

manifestos do itinerário


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A comunicação é a condição do homem. Habermas disse isso. Mas eu nunca li nenhuma linha de Habermas. Não importa. Intuição serve pra isso: intuir o que o pensamento faz no pensamento de cada pensador, como atua, como se move, como respira, como chega no pensamento do pensador, sua historicidade, suas razões ocultas, suas fraturas expostas, o jeito como entrega as entrelinhas da sua genealogia a partir do estilo que adota ou do jeito com que se expressa, falando ou escrevendo. Os pensadores que não podemos ver em vídeo têm esse charme em relação aos contemporâneos que podemos ver no youtube.

Warat nos alertou sobre o abandono do corpo e os excessos da razão como chave mestra das linguagens. Ele sabia da necessidade da comunicação dos corpos como fiel de uma balança enguiçada e domesticada para ser capenga. A comunicação dos corpos é constituída de silêncio. O não-dito é a palavra da linguagem sensível. AO idioma dos corpos vence a peste da incompreensão e de sua mãe: a ignorância. A ignorância do dito é a ingenuidade do silêncio. É preciso voltar a ser ingênuo para traduzir a comunicação do silêncio. É preciso abandonar o inteligível da comunicação para assumir e para ascender à expressão do toque, à hermenêutica que faz mediação entre os arrepios, à cadência do ar dentro dos corpos, ao cheiro - notadamente ao cheiro, esse filme que passa dentro do nariz da gente.

Os regulamentos sobre os relacionamentos ainda carregam a dose dupla (como um uísque vagabundo, dose dupla, sem gelo, que se toma estilo martelinho...) de uma esperança herdada pelo vício à metafísica. A construção histórica da metafísica é só uma projeção do desejo de poder. Uma ilusão que mora em andares mais elevados em relação ao andar térreo que o homem vive. Estar no térreo é o mandamento magistral do grande condomínio da vida. Os regulamentos são o novo ópio de um povo que não percebe o medo que sente. O medo é a fundação profunda do arranha céus do metafísico desejo-pela-regra, ou, a vontade de regrar. 

É a partir de tolices metafísicas apoiadas nesse terreno lamacento, que os relacionamentos regulamentados determinam os cultos de anestesia como a institucionalização do afeto, a inflexibilidade do desejo, a possessão em relação ao outro e o que chamo de ritual do final de semana. Sábado é a possibilidade dionisíaca dos conserva-dores do amor. O sábado é o paraíso deles antes do pecado original. Aliás, todos os pecados do corpo só se justificam porque o paraíso do sábado será restabelecido com um jantar e um sexo burocrático. A libido dos conservadores do amor concentra-se na ilusão de domínio do porvir. E eles chegam, em casos de patologia extremada, a matar em nome dessa causa adolescente. 

É porque eles têm aversão ao presenteísmo. Ignoram o instante. Ignoram o ar que os mantém. Ignoram o entorno que os observa porque se pensam como Senhores das lentes do Mundo. O medo é tão necessário aos projetos como o alpiste para os canários de gaiola. O homem é uma corda esticada entre o medo e os projetos (devo esta imagem à Nietzsche). Sobre os pássaros de gaiola o que lembro é que meu pai tinha um quando eu era guri. Era um canário belga amarelo, que cantava feliz dentro de uma gaiola com pedaços de fruta e de alface pendurados com um prendedor de roupas. O bem-estar de quem não é livre é um dos grandes mistérios da vida. A pulsão pelo conforto - tendência a privilegiar lugares comuns em detrimento de terrenos selvagens - é  uma recriação existencial do útero materno que arrazoa preambularmente (e apenas preambularmente) o bem estar dos escravos não conscientes de sua escravidão, como os pássaros de gaiola, os peixes de aquário e os homens que idolatram os regulamentos e a institucionalização de invisibilidades para dar explicações ao medo que funciona como um pai rigoroso. No fundo, os regulamentos são a gaiola que mantém os homens cantando, ingenuamente. Essa felicidade servil dos escravos do conforto é a lona circense em que se desenvolveu o pensamento ocidental. O bem-estar escravo é a premissa de tudo que se escreveu e se pensou, como asserção ou como crítica.
 
Em Nietzsche, as marteladas à metafísica e o construto do super-homem me parecem cavalos de força que, amarrados à um cabo de aço, galopam em direções contrárias. A transvaloração dos valores não seria, porventura, um céu imanente? E as montanhas como a morada dileta de Zaratustra não seria, porventura, o afastamento da imanência? E o quê importa essa pergunta à quem não pode perguntar porque, no fundo, morre de medo das respostas que o conforto evita? Perguntas de uma terça-feira anestesiada aos conservadores do amor que assassinaram a liberdade com o deslize de uma faca afiada na garganta hemorrágica.

É preciso ser fiel à terra numa terça-feira depois que o relógio passa das 23 horas. Pra isso, além de amor, é preciso liberdade. Para Osho os relacionamentos são uma grande ave que voa e que se sustenta por duas asas, uma é o amor e a outra é a liberdade. Estou de acordo com essa transvaloração de Osho. Um preâmbulo que fabricará ainda muitos solitudinários. Terça-feira de noite é o dia do culto à liberdade. E nada que se escreva poderá dizer, porque o devir é o mistério eterno, a cereja do bolo, a graça de uma piada ainda não contada. O devir é o grande assalto que a mentira fez ao Banco da verdade e as suas promessas de investimento rentável. A terça-feira, depois das 23h, faz parte da sombra sincera que os velhos ascéticos consideram como subversão. São velhos dançando esquisito numa festa eletrônica. Até logo! Eu vou me embrenhar na terça-feira embriagada, enquanto o mundo espera o sábado - seja pra ir ao culto na igreja, seja pra transar com a esposa.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

o bloco dos napoleões








A experiência de aprender passa pelo caminho da humildade. A humildade é a condição de possibilidade para que o ego ajoelhe-se diante daquilo que não sabe. Mas esse não costuma ser um movimento de triunfo cotidiano do ego. Fernando Pessoa diz que o espelho desgraçou a raça humana porque fez com que o homem não precisasse mais se ajoelhar nas margens dos rios para ver sua imagem refletida. Ajoelhar-se é perceber que, mesmo que tudo se saiba, ainda assim, muito pouco se saberá. 

Sempre desconfiei de quem não consegue dizer que não sabe. Assim como desconfio de quem diz: "EU SEI". A vida tem me ensinado a elogiar o silêncio. E também a admirar os que ensinam em silêncio. Ver em silêncio um aleijado que passa na rua, ver em silêncio como o poder vai se tornando o combustível da vida que acontece ao nosso redor, ver em silêncio o universo dos olhos de alguém, depois que a gente é capaz de ter amado alguém. Não se pode ensinar sem que antes se compreenda a alteridade até suas últimas consequências beneficentes, curativas e poéticas. Mas entender que o charme do mistério é nunca ser revelado, também é um atributo de quem quer aprender. Isso torna o ensinar um horizonte impossível, que só serve para nos fazer caminhar, como disse o Eduardo Galeano sobre a saúde das utopias. O aprender só se apresenta no silêncio de pensar e de sentir o que antes se experimentou. Primeiro é preciso ser uma testemunha ambivalente e paradoxal da vida. Depois desse engatinhar, há uma autorização para uma fala legítima, para um professar, para uma encenação simbólica. É só depois de autorizada esta fala legítima, que se pode penetrar nos sulcos selvagens, úmidos e mágicos do silêncio. O símbolo é a ponte que leva o discurso até o silêncio. É no símbolo que mora a possibilidade do ouvinte incrementar o saber com seus próprios ingredientes. Não há conhecimento legítimo se não houver esse sincretismo com o universo pessoal de quem aprende. É preciso que a carne doa e sinta para que se grave a tatuagem do saber. 

Aprender é estar nessa roda viva: falamos para alguns, escutamos outros e silenciamos...tanto para absorver o mundo quanto para responder. Que belas respostas o silêncio nos dá! Ouvintes atentos são os que mais tarde falarão. E os que falaram, desejarão avidamente o silêncio. Eis a roda. Mas para entrar na roda é preciso operar-se. Como se você fosse, ao mesmo tempo, o paciente anestesiado e o cirurgião que segura o bisturi. Você está sozinho na sala cirúrgica de um hospital criado pela sua imaginação. Não há uma esquipe de apoio. É você que está ali, moribundo e anestesiado. Assim como também é a sua intuição curativa que está ali, fazendo os cortes e as costuras necessárias na carne convalescente. Só você pode se operar, e será preciso abrir-se com o fio da lâmina, ver os músculos vivos, as vísceras pulsando, os ossos recobertos pelas mucosas. Operar-se é encarar essa realidade escondida em nós. Ver o bruto e o fantástico que existe por dentro. Ver a tragédia no espelho, e a vida no grão dos olhos. Esse confronto com a natureza bárbara é uma das condições de poder ser um ouvinte. 

Em geral as pessoas odeiam aquilo que não conseguem compreender. Ou dizem que é inútil, ou dizem que é idiota. Uns dizem que é abstração demais. Outros dizem que é exatidão demais. Essa arrogância é a miopia do processo de se tornar ouvinte. Não há conhecimento que possa ser inútil porque onde há uma produção humana, ali está uma parte de nós. Os objetivistas denunciam de loucos os que se elevam a andares mais arejados. Os loucos entram em conflito com a terra e suas diretrizes rígidas. Os que pensam, pensam que sentir é uma bobagem. Os que sentem, sentem que existe algum coisa de errado com essa gente que pensa demais. Os que bebem não entendem a abstinência dos abstêmicos. Os abstêmicos rezam para que os bêbados sejam salvos pela salvação fajuta que já (?) sorriu a eles. As religiões pecam na origem do aprendizado porque castram. Instituir é uma tesoura para o conhecimento. Os paradoxos são os personagens estúpidos do conhecimento. São os que brigam com o mundo de fora porque não suportam o confronto com o selvagem que está por dentro. São margens que brigam pelo domínio da ponte, sem perceber que o conhecimento é a coragem de enfrentar o rio selvagem que corre e urra logo ali.

O AINDA








O sagrado e o profano têm peticionado aos céus em busca da nova resposta. A rinha e o transe animalesco estão na política, nas faculdades, na rede, no jornal, no silêncio dos velhos nos asilos. 

Os evangélicos sabem toda a verdade. Os gays sabem toda a verdade. Os evangélicos estão salvos do inferno. Os gays estão salvos da grande infância. Os evangélicos leram a Bíblia. Os gays leram a sabedoria pagã, os alemães e as entrelinhas da dor. Os evangélicos vencem a vida. Os gays vencem a morte. 

São as novas facções. São dois meninos com socos pueris que se reúnem ao redor de um grupo de meninos no intervalo do colégio. É o mesmo buraco que já empacou as dicotomias d passado. É a grande recorrência do exercício de fazer o tempo passar com o balanço de uma gangorra. Uma sístole e uma diástole que, inevitavelmente, a cada inflação, coloca uma pedra a mais no caminho que conduz ao senhorio da morte. É uma outra história, uma outra fantasia, mas com o mesmo enredo. Um outro jeito e um outro nome, mas só. Eles estão brigando de novo, discutindo, com argumentos nos artigos do jornal, arrebanhando os imbecis de cada um dos lados, porque entendem que existem lados. 

As evangélicos sabem que, no fundo, poderiam sucumbir à curiosidade que ronda o cú. Os gays sabem que, no fundo, Deus está lá, controlando toda a loucura deles e dos evangélicos. São co-irmãos na loucura média. É Caim e Abel, cada um com seus exércitos. São múmias da moral, porque ainda cercam a moral com conceitos. São múmias dos conceitos, porque ainda precisam dizer a palavra "é". São múmias quanto à morte, porque o medo lhes é insuportável. São múmias quanto ao eixo da consciência, porque desconhecem a profundidade da inconsciência. São múmias quanto ao silêncio, porque ainda pensam que a linguagem é uma condição... 

No fundo são analfabetos porque não conhecem a gramática da contemplação testemunhal. São analfabetos do detalhe. Analfabetos do paradoxo. Analfabetos dentro de um mundo que foi educado à separação, à desunião e à desintegração. Analfabetos que fazem do espelho, antes de uma porta de entrada, um muro que refrata. O ego, a vontade de poder e a pureza estão comparando o tamanho do pau com um olhar juvenil por cima dos mictórios. Ainda.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

brevê para voar no meio de nuvens feitas de nada





É preciso compreender, de uma vez, que esta falta de consenso acerca do conceito de mediocridade, faz com que muito se fale praticamente por nada.

in berejuk

Você olha em volta tentando encontrar a própria miséria, mas só vê paredes em paz, cachorros dormindo e pulgas sendo felizes. Você olha por dentro, vira uma mini gente que caminha no meio do músculo da carne humana, ou então se sente um micróbio pequeno como o nada, nadando no mar do suco gástrico que transforma tudo em merda. Mesmo assim sorrateiro não encontra a própria miséria. Então você resolve ir fundo, prescindir da matéria, e começa a acreditar no inconsciente, no cosmo, no raio que o parta, numa cruzada à caça da própria miséria, mas só encontra um oco mudo igual a um salão de baile em final de festa, quando as faxineiras que dormem e acordam cedo, começam a virar as cadeiras de pernas pra cima como se atirassem corpos numa forca da cadeira pra baixo. Fora ou dentro não há ninguém que possa dizer alguma coisa, nenhum mestre dos magos nem mesmo pra nos dar a direção errada do caminho. A direção errada, ah se a direção errada viesse sem esforço e caísse mortinha da silva no nosso colo! Pelo eliminaríamos alguma coisa dentre essas tantas. Pelo menos seria um rosto humano nu nesse eterno baile veneziano de máscaras. Todos temos o direito de ser senhores e proprietários da própria miséria. Mas Deus escondeu tanto o tesouro quanto a miséria em algum lugar impossível. Deus é um sacana, mas apenas um sacana, filho da puta seria demais. Os ateus mentem a si mesmos que não estão interessados nem na própria miséria, essa é a injeção diária de morfina deles. A oração é a morfina dos crentes. Mas ambos desejam a própria miséria: os primeiros negando o futuro, e os outros negando o presente. O ponto arquimédico do círculo onde transitam todos esses elétrons humanos, ninguém pode encontrar. E eu, que navego como Colombo por mares imaginados, cogito a miséria como o ponto vélico do mundo, como o triângulo das Bermudas, como o buraco negro que fechará as cortinas dessa grande palhaçada. Deus estará lá, brincando de ser Deus, com uma máscara do Bozo. Mas ele não é nem nunca será um filho da puta. Ele não nasceu no meio do sangue e das gororobas da placenta como todos nós. Ele é um deixado ao relento dentro de uma caixa de sapato numa parada de ônibus. A miséria dos que vivem é não poder parar: de perceber, de perquirir, de peregrinar.

ok ok






ativo, caminho pelas ruas de mim mesmo com um passo cansativo. Demandas lá de fora, fazem com que eu extravie o GPS aqui de dentro. Há uma saudade de só ficar sendo, de só estar ali, de só ser o que se pode ser, de se resignar sem qualquer culpa. Tenho trabalhado, metido o martelo na pedra dura – e faço por amor à fadiga. Canso o corpo pra não ter que enfrentar o espírito. Tem horas que a vida mete um espelho microscópico na frente da gente. Aí podemos ver tudo que é podre, impuro, minúsculo, feito de nada...toda a pequeneza que significa tudo que a gente ACHA que é. Uma coisa tipo: a humildade comendo o cú da arrogância, do ego. Peguei um filhote de gato pra morar aqui comigo. O bicho não durou nem 3 dias. Miava o tempo todo. As formigas dominaram o pote de comida dele. Cagava no tapete de um modo superior, arrogante e ingênuo, vencendo o cabresto de cagar SEMPRE no mesmo lugar. Mas merda de gato novo FEDE. E aí tem que por sapólio. E esfregar COM DEDICAÇÃO um pano que eu acabo sempre jogando fora, afinal, ninguém merece a desgraça de ter que LAVAR um pano cheio de MERDA DE GATO. Ele foi desmamado muito cedo. Os gatos também têm complexo de Édipo e querem ficar mamando nas tentas da gata mãe a vida inteira, sem ter que pagar imposto, aprender a cagar na caixa de areia ou ter que acordar cedo pra ir trabalhar. Mas, pelo menos por um período, todos têm o direito de ficar ali, existindo só pra chupar nas tetas de quem nos pariu. E foi isso que aconteceu com o gato que veio morar comigo. Ele não pôde sequer chupar o tempo nas tetas o temo que a vida nos legitima pra ficar só chupando as tetas. A vida foi cruel com esse gato. E entender porque esse gato veio parar no meio da minha sala é uma coisa, sobretudo, imbecil. Imbecil porque entender não passa de um interesse. De uma resposta ao desejo de saber. Entender sempre está divorciado de ter sensações. E são as sensações, terrenas, carnais, femininas, umedecidas de suor e vida, que valem a pena. Um corpo nunca será um corpo à toa. Ou será que os corpos nascem em série como a frieza de uma linha de montagem¿.
Ele era um gato carente. E porque era carente, ele MIAVA. Por exemplo, ele fazia - MIAU, e depois de  3 segundos, fazia  -MIAU de novo, e depois de outros 3 segundos, MIAVA DE NOVO. No primeiro dia achei legal. Segurava ele no colo com carinho e dei ele dormia, para felizmente para o MIADO I-N-C-E-S-S-A-N-T-E. Mas depois veio a segunda-feira. E com ela a CORRERIA desta vida filha de uma puta (daquelas bem vagabundas e caras).  Vieram os bancos, os sistemas que não funcionam, a vida dentro de um carro, a vida dentro de uma casa, a vida dentro do mundo abaixo do céu  com este mar andando pra lá e pra cá sem ter consciência de nada, as chuvas alagando a vida de quem mora perto da chuva, o caos, o redemoinho, Bob Dylan quase morto, Warat morto. Com tudo isso, chorei. E foi bom porque depois que a gente chora é um momento-túmulo. Uma coisa é a choradeira do velório. Outra é a do túmulo. Velar é quando ainda não é possível se conformar com a perda. Não existe nenhum charme num velório. O choro charmoso é o do túmulo e, mais ainda, do caminho até o túmulo. Aquele cortejo fúnebre indo, lento, com uma garoa que domina o barulho do choro.
Hoje eu chorei e tenho essa sensação de caminhar num cortejo fúnebre. Segurando a alça do caixão que tem o meu próprio corpo. Talvez seja bom. É uma sensação de estar morto, estando vivo. E não existe nenhuma razão pra eu não me tirar tanto do defunto quando do eu que carrega o caixão, pra ver a coisa toda como um terceiro personagem espectador.