sábado, 31 de julho de 2010

Todo es igual, nada es mejor...

El mundo siempre fué y será una porqueria...ya lo sé!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pornografia aparente


É melhor ser alegre que ser triste



A felicidade, se já não passou,
parece que sempre demora.
É que mesmo ela não lembrou,
que só se cura agora... agora... e agora.



*



Falando sério,
de verdade:
ser feliz só é possível,
quando se esquecer da felicidade.



PFF


Verdade inadimplente



EU, INQUILINO DA VERDADE


Dialogo com os mortos;
eles não me podem contestar.
Não os mortos que voltam,
senão os que de sua vida deixam.
Gosto dos mortos de verdade,
são mais estáveis como não sou.
Eles sempre concordam comigo.
Se não sei ser contrariado?
Não sei se não sei.
Se sou o dono da verdade?
Não!
Definitivamente não.
Sou inquilino da verdade,
inadimplente, e em vias de despejo.
E apenas das minhas verdades.
Não são as verdades que mudam,
mas quem das verdades se muda.
(Que fique claro de uma vez).




PFF

Caeiro, sem sangue nas veias



O que vale a minha vida? No fim (não sei que fim)
Um diz: ganhei trezentos contos,
Outro diz: tive três mil dias de glória,
Outro diz: estive bem com a minha consciência e isso é bastante...
E eu, se lá aparecerem e me perguntarem o que fiz,
Direi: olhei para as cousas e mais nada.
E por isso trago aqui o Universo dentro da algibeira.
E se Deus me perguntar: e o que viste nas cousas?
Respondo: apenas as cousas... Tu não puseste lá mais nada

[...]


Alberto Caeiro pelas mãos de F. Pessoa

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sobre a solidariedade


Nascerá genuína solidariedade
Quando pela razão única de alguém,
Um outro, sem de si querer o bem
Sentir alheio sofrimento - e de verdade.
PFF

terça-feira, 27 de julho de 2010

Conscienciologia e Projeciologia




É um vídeo proposital. Provavelmente todos entenderão muito pouco, assim como eu. Faz algum tempo que essa "ciência" tem chamado minha atenção e, por isso, queria compartilhar a pouca informação que tenho com quem passa por aqui. A conscienciologia e a projeciologia são ramos de uma nova ciência que estuda os fenômenos de projeção consciente fora do corpo. Não é espiritismo, não é religião e não se precisa acreditar em nada que não se possa ver/perceber/experimentar. É justamente isso que chama a atenção: o paradigma da teoria manda não acreditar em nada que vá além das experiências que se tiver. Dessa forma, a teoria se propõe a oferecer projeções fora do corpo induzidas de forma consciente com a manipulação da energia vital, sem drogas, santo daime, saravá ou coisa parecida. Para quem nunca tinha ouvido falar como eu, é impressionante pelo fato de que existe um grandioso centro de estudos no oeste do Paraná, que conta com centenas de pesquisadores. Todos voluntários, já que a organização não tem fins lucrativos, o que sempre é um ótimo indício de seriedade. Para quem se interessou por não entender porcaria nenhuma do vídeo, aconselho um passeio pelo youtube com as buscas por conscienciologia, projeciologia ou Waldo Vieira, que é o guru barba-branca dessa obra toda, esse que aparece no vídeo. Descobri que o barba-branca faz todos os dias tertúlias gratuitas e ao vivo, das 12:30 às 14:30, em que explica a teoria. Para dar uma olhada é só entrar no site abaixo que também traz outras informações:

http://www.tertuliaconscienciologia.org/

Minha intuição me sussurra nos ouvidos de que isso é um passo adiante. Minha curiosidade não vai conseguir não futricar para conhecer os pormenores.

Existe um site oficial com informações e as cidades que contam com núcleos de estudo e eventos gratuitos para curiosos: http://www.iipc.org/

Tudo interessantíssimo, como só as coisas invisíveis podem ser!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Direito no País das Maravilhas - Parte 4


É de pulsão de vida, de movimento, que está circundada Alice quando se permite a aventura de si mesmo, o lugar do novo, onde tudo nunca fora antes visto. O mesmo, porém, não acontece com o Direito. Ainda que a avalanche (re)produtiva seja deveras volumosa e possa até parecer pluralizada – e aqui lembre-se da extensa (re)produção jurisprudencial e doutrinária –, deve-se também lembrar que todos esses ingredientes borbulham na mesma caldeira, movendo-se limitados pelas barreiras da microesfera escaldante. Todos esses pequenos movimentos se deslocam, como em círculos, dentro do mesmo microuniverso estatal. Qual a floresta que confunde viajantes desnorteados, fazendo-os tanto caminhar para retornar ao lugar de início, também o Estado, no que tange a complexa trama que envolve a solução de conflitos sociais, desbaratina, cega seus juristas aventureiros diante da imposição das premissas com as quais dele se há que partir. Se não há percepção capaz de promover a fuga desse cercado de arame com farpas, há, sim, falta de coragem. O surrealismo promove o rasgo. Prescinde-se, para a finalidade aqui exposta, do contrato social. Não mais é necessário o “assujeitamento” de todos ao Estado, à figura artificial do Pai, ao responsável institucional de julgar-as-dores.


Eis a lição de Alice. No início de sua aventura no País das Maravilhas, Alice logo se acostuma com as tantas coisas esquisitas que lhe sucedem e passa a pensar em como seria sem graça e maçante se a vida que tinha seguisse da maneira habitual. “Cada vez mais estranhíssimo!” exclamou Alice (a surpresa fora tanta que por um instante realmente esqueceu como se fala direito) . Talvez esquecer seja o grande desafio do Direito, para que possa não ser mais o mesmo – ou apenas um bocadinho diferente – e que consiga responder a mesma pergunta de Alice: Afinal de contas quem eu sou? Ou para quê sirvo?

O abandono da bóia da razão normativista é vital para que se permita esse duplo efeito da morte no Direito: abandoná-la como a pulsão fruediana que indica paralisia e abraçá-la como processo de introdução ao inédito que surge com a criação. O instinto criativo ganha na teoria de Jung uma importante dimensão e é colocado como derradeiro e mais aprimorado na escala que redefine a libido – não mais reduzida à sexualidade como impunha Freud – mas como energia psíquica totalizante. Jung elaborou uma escala de instintos interdependentes que compõem o complexo conceito de libido (energia psíquica) em sua teoria. (1) autopreservação, instinto primeiro de saciar-se com a alimentação; (2) preservação da espécie, com a sexualidade; (3) ação, aqui compreendida de modo amplíssimo; (4) reflexão e (5) criatividade . Para Jung essa é uma escala de instintos que obedece a uma relação de precedência natural, ou seja, não haverá inclinação à sexualidade se, antes, não houver sido satisfeita a sensação de fome.

Essa é uma teorização importante para elevar a reflexão como condição de possibilidade para que se instaure o processo criativo. O Direito e a grande argamassa de juristas que tentam desenvolve-lo, parecem esbarrar no terceiro instinto da escala junguiana, o instinto de ação, já que geram apenas movimentos preestabelecidos e acríticos. Há movimento, mas um movimento como de peixes no aquário, que mesmo tendo o mundo além dos vidros tão próximo, mantêm-se no universo proposto/imposto dos vidros que o cercam.

Para além dos vidros (ou da caldeira, como se queira) do Direito, por certo, muito há. O surrealismo jurídico, expressão desenvolvida por Warat, oferece a mediação como uma das alternativas de superação da jurisdição estatizada. Invocar a mediação como forma de solução de conflito é reflexo de uma grande transformação cultural que está em curso: a alternância de prevalências entre o feminino e o masculino na cultura.
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CONTINUA

Camaleoa

Roubado, sem armas e sem violência, da Érica.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Olhares distantes...



RELÓGIO PROIBIDO


Num primeiro encontro
usar relógio é proibido.
Pressuposto ser de encanto
o encontro antes partido.



PFF

Contos Imediatos XXIX


Antonia morava sozinha numa casa de tijolos. Quase não recebia visitas. É que não fazia muita questão. Se bastava com Andorinho, o papagaio que fora confundido com uma andorinha quando pousou esbaforido no quintal, sem eira, nem beira, nem nenhuma palavra no gogó. O bicho e a velha se falavam sem falar, e a ambos era conveniente conviver assim.

Murmurava-se no bairro que havia um mistério escondido na casa, tão silenciosa que era a velha, o bicho e a casa. Ninguém sabia o que era e se era, e também ninguém ousava perguntar à suposta guardadora. Alguns a tinham por feiticeira; e, como sabe-se de há muito que feitiços são osso duro de ser roído, melhor mesmo era não dar muito as caras.

Mesmo assim, algumas madamas curiosas paravam na calçada em frente à casa para tentar espiar o cotidiano daquela vida misteriosa. A velha nem se importava, não era muito de se importar nem com as coisas que importavam. Até que um dia lançou da varanda: "aceitam um chá preto?" As madamas saíram em disparada, assustadíssimas. No outro dia, escondendo os rostos entre as echarpes e os óculos escuros, lá estavam elas tentando espiar de novo, mas na calçada do outro lado da rua, por precaução.


PFF

Teatrite



Falta naturalidade.
Esse é o problema.
Muita roupa, ninguém pelado de verdade
- muita cena.

Doença tamanha.
Metástase de flores.
Até Ossanha,
incapaz com essas dores.

As dores são como a orquestra,
fugida por entre a cortina.
Especulando entre as frestas,
e sorrindo tal doce menina.

Descobri aturdido.
E o sinto completamente.
Diz-se teatrite o ácido bandido,
que mo perfura em cada respirada quente.




PFF

Pessoando


Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
F. Pessoa

terça-feira, 20 de julho de 2010

to remember


Monarcas diletos


Eu sinto saudade mesmo é dos reis no tabuleiro. No intrincado jogo de xadrez da vida eles estão de férias nos doze meses do ano...E como digladiam-se, sanguinários, os exércitos preto e branco, rumando em direção à uma doloridíssima letargia eterna.




PFF

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O amor de todos



TODOS SÃO AMOR


Todos são amor,
Uns por medo
Outros sendo.

Todos são amor,
Com sossego
Ou fervendo.

Todos são amor,
Sentindo texturas de outros dedos
Ou sozinho aborrecendo.

Todos são amor,
Na vazão da noite ou bem cedo
Esperando, se vendendo.


* * *

Todos são amor,
Titubeando a qualquer lado
Nos agoras, no porvir.

Todos são amor,
Os que vivem e os acordados
Não se há que iludir.

Todos são amor,
Apesar da ausência do presente – esse estado
Malditos relógios a confundir.

Todos são amor,
Rezando pálido ou emrubrado
Que a poesia é o amor que está por sair.



PFF

domingo, 18 de julho de 2010

Florbela de domingo



O NOSSO MUNDO

Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno
Pois ando em ti o meu olhar eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos…

Os meus sonhos agora são mais vagos
O teu olhar em mim, hoje é mais terno…
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e presságios!

A Vida, meu amor, quero vivê-la
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?…
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?…
O mundo, Amor!…As nossas bocas juntas!…


Florbela Espanca

sábado, 17 de julho de 2010

Contos Imediatos XXVIII




DESPERTAR


- Hoje eu acordei e lembrei de você.
- Lembrou o quê?
-Lembrei e só... Se bem que não foi só. Na verdade eu lembrei e você estava junto, e ficou até depois que eu não lembrei mais.
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PFF

O que será?

O que será que será

que nem mesmo o Chico saberá?

O colérico presente



O presente é das coisas mais insolúveis.


PFF

A saudade do tempo




Quando a chuva não para de chover, o tempo está com saudade.



PFF

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Lindíssima canção de Geraldo Azevedo



INCLINAÇÕES MUSICAIS

Quem inventou o amor
Teve certamente inclinações musicais
Quantas canções parecidas
E tão desiguais
Como as coisas da vida
Coisas que são parecidas
Feito impressões digitais
No violão esta mesma subida
Na voz a rima de sempre
Coração essa mesma batida
Que bate tão diferente
Quando acontece na gente
O mesmo amor
É um amor diferente demais
Quem inventou o amor
Teve certamente inclinações musicais

Geraldo Azevedo


Quintaneando II




A morte é quando a gente pode, afinal,
estar deitado de sapatos.



Mario Quintana

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Saramagueando



Inventámos uma espécie de pele grossa que nos defende dessa agressão da realidade, que nos levaria a assumi-la, a percebermos o que se está a passar e a fazer o que finalmente se espera de um cidadão, que é a intervenção.


José Saramago

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Quintaneando





Uma definição apenas define os definidores.



Mario Quintana

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Meditações longevas



De chofre,
me pus a imaginar os contornos,
os detalhes insuspeitos,
o desbaratino dos cantos escuros,
ah os cantos escuros...
serão úmidos ou empoeirados?
E a gaveta,
se entreabriria docemente para mim,
como leve porta da abadia
que esconde meu tesouro?
Qual pétalas a permitir
o néctar vindouro?
Mas cogito.
E reflito.
E indago insone tua textura, tua cor...
Será amadeirado ou leitoso teu leito?
De mais a mais,
te especulo em tom perfeito.
Desde as vestes que escondes
até os perfumes trancafiados em ti,
prêmio de quem tuas portas abrir...
*
Nada disso é disparate,
pois assim te medito,
armário bendito
que guarda meu chocolate.


PFF

O Direito no País das Maravilhas - Parte 3


É o atrevimento de Alice que falta ao Direito e ao jurista de antanho, o jurista jurássico (lhes cai bem, inclusive, a combinação de palavras). Atrever-se é um privilégio daqueles que têm valor, sentencia Warat. E o atrevimento serve, simplesmente, como gatilho para promover o movimento. Tal qual a permissividade criativa das telas de Dalí, Magritte ou Picasso, o inconsciente, como reserva selvagem das interioridades humanas, é o espaço que permite a subversão, inclusive das estruturas sociais. O inconsciente possibilita rasgar as folhas da lei, escapar da moldura do Estado, meditar formas outras de curar as angústias do mundo (que contém o arrogante Direito que quer evocar um mundo próprio). Mesmo que o discurso do inconsciente já viesse narrado por seus predecessores, desde Aristóteles até os românticos alemães (Heinroth, Carus e Schopenhauer, este propositalmente arrolado mesmo que não seja enquadrado dentro da escola romântica), é pelas mãos de Freud que a relativização da monarquia racional se dá pela inserção do inconsciente como fonte das produções surrealistas.

O surrealismo tenta provocar uma explosão nas máscaras de um cotidiano conformado, escravizado por uma maneira única de pensar, que se pretende puritana e logomaníaca. Ao afirmar que a razão é a essência do homem, como insiste o legado de Descartes, já se está a afirmar a sua divisão, a existência de franjas marginais, conclui Warat apoiando-se em Breton. Não se pretende com esse passeio literário oferecer respostas ou bóias de salvação para o Direito. O que se busca, simplesmente, é promover movimento. Abanar a fumaça inerte do Direito para que se desvelem novos ambientes, novos cenários. É como mover as lenhas da fogueira, não para aumentar a quantidade de madeira por impossível tarefa, mas para acender as que ficaram à margem, intocadas pelas labaredas.

Freud é auxiliar para entender a energia vital que surge de todo movimento. Definiu uma dicotomia em sua teoria que bem traduz essa ausência de nomadismo no Direito: contrapôs a pulsão de vida (Eros) à pulsão de morte (Tânatos), sugerindo que a primeira indica movimento contínuo de vida e que a outra, ao contrário, simboliza a inércia absoluta representada com o defunto, com a morte, com o corpo carente de vida. A morte designa o fim absoluto de qualquer coisa positiva: um ser humano, um animal, uma planta, uma amizade, uma aliança, a paz. Não se fala da morte de uma tempestade, mas sim da morte de um dia bonito.

É dessa vizinhança com a simbologia da morte que o Direito, assim como toda produção do conhecimento, deve se afastar. Mas porque esse é um escrito surrealista e que se pretende criativo, desvinculado do caráter unitário das verdades científicas; a morte pode se revestir de um sentido além do dado por Freud. Pode ser entendida como revelação e introdução, já que pretender novidades é ir atrás das iniciações e dos recomeços, esses que tem sempre a morte (simbólica) como prelúdio. A morte é agora marcada pelo seu poder regenerativo, fundador. Seja lá como se queira observar a morte e usa-la como analogia, o certo é que aqui será usada como forma de produzir energia de movimento, para fazer caminhar. Tal qual pretendia Eduardo Galeano quando comparava o horizonte às utopias, dizendo que estas são como o mutante horizonte que se esconde na medida dos avanços que se dá: servem para a grande tarefa de promover passos, diz Galeano.
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CONTINUA

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Diz ai dionísio!


"Quando amestramos nossa consciência,
ela nos beija ao mesmo tempo em que morde."
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Nietzsche

Quadra do silencio sincero



Não enganemos a vontade...
Alguém para conversar?
Não! Louvemos a sinceridade,
Queremos alguém para silenciar...



PFF

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O preço da filosofia




Filosofar é tão importante...
Pena que não dê nenhum trocadinho.
É que filosofar só enriquece a alma,
que por levíssima, não custa nem um pouquinho.



PFF

terça-feira, 6 de julho de 2010

Diálogos sobre a amizade




Recebo a emocionante mensagem abaixo do amigo Vini, que termina seu doutoramento na USP como quem assistiu televisão durante 4 anos. As glórias do mundo parecem assim tão pequeninas, que acabam reduzidas à grande lembrança de quem nos acompanha na vida, este sim, um tão glorioso porquê. As honrarias e títulos valem pouco, quase nada, como tudo que se pode ver sem sentir. Já havia repetido que "o amigo é um momento de eternidade" citando Nelson Rodrigues, mas hoje, à este amigo que a existência me concedeu, sentencio: as amizades que merecem esse nome, são as que se contentam em ser. Parabéns pelo doutorado? Não, definitivamente não.
ps. Na foto sou eu com a camisa do Grêmio sim, brindando as coisas que importam.



...


Por que eu nao esqueco do melhor amigo que é o maior.
Preto, a vida tem sido complicada desde a volta e isso em nada justifica o longo tempo sem te escrever. E na verdade pouco importa porque pra ti eu nao preciso justificar sequer perdir perdao. O paulo é porque o paulo sempre esta.
e quarta-feira, a exemplo do teu concurso triunfaremos. Marcharemos silenciosamente para a glória que é dos outros e não nossa... Porque pra nós foi simples, sem heroísmo, foi complicado quando deixamos, mas sempre que quisemos foi simples.
e nesses momentos, sempre ternos momentos, que o amigo vem a tona. O melhor sempre vem na memoria quando as datas sao marcantes mas principalmente quando a vida nao é. O amigo celebra o dia a dia, a pequena vitoria,
[...] o amigo é o que comemora quem não nos quis porque sabe que vai ser o motivo de longa manifestacao intelectual. O amigo paulo é o que comemora que eu existo. E só.
O amigo foi lembrado resumidamente: "Aos amigos longevos, macróbio Paulo Ferrareze Filho o que nunca sabe nada e nunca nada. Um brinde de Coca amiga, a desvirada a casca, a cidade crianca. Sobramos nos."
O amigo fica sem saber e como nao sabe nada nunca. nunca sabe. Só sabe que quarta o aplauso de muitos se lavantarão em nosso louvor. Porque se esse trabalho nao é teu, nao é de ninguem.
Paulinho, obrigado por sempre estar na minha vida. E ainda e sempre.

"meio" ao sonho





O sonho é um estar perto muito distante.
E me cansa ir até...
Se acordado me tropeço errante,
Sonhando vou suave, pé por pé.


PFF

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Contos Imediatos XXVII




ASSOCIAÇÕES POSSÍVEIS

Todos os que não amavam ninguém resolveram criar uma associação. Por meio do anúncio nos classificados de domingo, se matricularam os solteiros e as desquitadas, as viúvas e os mal amados. Mesmo minoria, também alguns casados aderiram à agremiação... sabe-se de há muito que a formalidade cultural do casamento não é pressuposto do amor eterno como rezam os padres incautos, que tanto querem amar as freiras e os coroinhas imberbes. A instituição seria batizada de Associação Para Amar em Comunidade. E tinha pretensões literais: amar a todos em comum-unidade, mais ou menos como manda a Bíblia. Nada de casais. A associação se pretendia uma grande orgia do amor, permitido-se, inclusive, o sexo, desde que contasse com mais de dois associados. Para a primeira assembléia todos os associados foram convocados para votar as cláusulas do estatuto que preveria as regras da comunidade de amantes, no sentido nobríssimo do termo. Logo na entrada e nos arredores do prédio onde funcionaria a associação, os futuros afiliados foram se encontrando e se encantando, cada um por um outro. Cometeram-se alguns beijos que uniram os céus do mundo e das bocas. A sessão sequer foi aberta. E em pares foram amar em suas casas, em particularunidade.



PFF

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Vai dizer que não?





"Em última análise,
amamos nosso desejo e não o objeto desse desejo."



Friedrich Nietzsche, Além do Bem e do Mal