quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sons sentidos, feriado e outras alegorias caóticas

É o seguinte, acho que descobri uma grande coisa nos últimos dias, ou melhor, não descobri porcaria nenhuma. Mas pensei que pode ser uma percepção compartilhada já que sou virgem no assunto. Comecei a fazer ioga faz um tempo. Essa semana fizemos aulas com um violão, invocando mantras e cantando trechos repetitivos de algumas palavras místicas em sânscrito. Coisas do tipo: ooommmmmmmmm (até acabar o ar), depois com violão e dois acordes básicos (dá pra tocar em casa alternando um Lá menor e um Sol), algo assim: ganescha sharanam, sharanam ganescha (tenho absoluta certeza que não é assim que se escreve, mas não importa). Repetindo infinitas vezes de olhos fechados em um ambiente propício.

Os mantras são como canais vocálicos que nos conduzem às interioridades, na verdade, uma repetição de sílabas místicas que ao bom português - seja ele com a nova ou velha ortografia - nada dizem. Lembra daquela reunião dançante que todo mundo se emocionava com o Roxette sem entender bulhufas de inglês? Tá certo que tirar a menininha pra dançar era de suar a mão, mas acho que independente do resultado semântico das letras das músicas, é a harmonia e repetição de alguns sons que nos deixam em estado de graça. Induzido no caso da ioga e não induzido nas reuniões dançantes dos anos 90.

Segundo a filosofia oriental que dá base para a prática da ioga, os mantras abrem os caminhos para nossos chacras, parece que temos uns 6 ou 7 que vão do meio dos olhos até o períneo . Sou completamente novato no assunto, mas trabalhar com as bioenergias é um exercício que faz um bem enorme. E daí não precisa entende a teoria caro homo ocidentalis! É interessante pensar o modo de pensar dos orientais, essa diferença ruptural da consciência oriental e ocidental. Enquanto nós ocidentais fazemos da consciência uma máquina científica e industrial, imaginando que o uso das faculdades mentais nos conduz à descoberta de verdades científicas e de grandiosas tecnologias; os orientais fazem exatamente o contrário, já que o que pretendem é não usar a consciência (mesmo estando em sã consciência - eis a parte complicada dessa história!!). Querem esvaziar o pensamento, iluminar o vazio da escuridão interior, deixar de lado todo e qualquer julgamento. Prescindir de tudo que é mundano, como o dinheiro, o luxo, a comida...Não tem uns velhinhos orientais de 250 anos que se alimentam de umas bolinhas do mato? Por isso a respiração profunda e ritmada é um baita suporte. Essas tentativas de paralisação do pensamento por meio da meditação, buscam trazer a consciência para o momento utópico do presente. Será utópico mesmo o presente??? A angústia se fixa sempre pelo desleixo que temos para com o presente. Reféns do passado e do futuro, quase esquecemos de respirar profundamente...respirar deve ser o símbolo do presente... O passado nos condena com aquilo que supomos que deveria ter sido, e o futuro nos atira numa cerca de arame farpado porque nunca chega e também porque sempre reconfigura nosso horizonte com novas bulas de felicidade (sim, imaginamos sempre aquele mar de rosas no futuro, coisa idiota né?). É por ai que o Osho ensina a alegria da faticidade (Heidegger que não se mexa no túmulo).

Pois bem, aonde que eu tava mesmo? Vejam que não há um assunto definido...Bueno (palavra de ligação quando há um caos textual), por isso e por outras reflexões que agora tenho preguiça de escrever é que coloquei essa musiquinha boa da Carla Bruni, e nem precisa entender inglês! Ah, convenhamos que é uma senhora foto pra capa de cd (ficou cortada a foto, olhem inteira no google)! Grande Sarkozy, viva o liberalismo! Ele não deve precisar de ioga com uma mulher dessas cantando Before de world was made no ouvido presidencial. Quem disse que o poder não consegue tudo? De qualquer forma, não me dei o trabalho de traduzir a letra, pode ser uma grande porcaria, mas é uma boa harmonia nos nossos ouvidos não presidenciais, um presente de Tiradentes! Aliás, feriadinho besta que só serve pra descansar, aposto que em alguns anos as pessoas vão trocar presentes no Tiradentes. Não sei como o comércio não se atilou para fazer propaganda de branqueamento dentário ou próteses para comemorar o 21 de abril, vou falar com o Vini, pode ser um pulo do gato negão! Eu avisei que o assunto não era definido, esse Tiradentes me deixou meio caótico, vou falar com a Grasi também que entende dessas coisas! Ou vou fazer ioga, mas se bem que hoje é Tiradentes e não vai ter! Bueno...

3 comentários:

  1. Todo aquele papo de "nao julgamentos" e "ganesha" para se entregar para o primeiro par de pernas franco-italianas que aparecem? Iniciou bem essa Ioga...

    :) !

    Bom fim de feriado

    ohmmmm

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  2. hahahaha
    convenhamos hein gabriel, todo belo par de pernas é julgado. Não virei um espírito de luz ainda! Abração!

    ommmmmmmmmmmm

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