domingo, 22 de novembro de 2009

Cruas palavras do amigo e poeta Pedro Fonseca


QUE ALGUÉM?

Diga-me a novidade da vez
Conte-me a sua mentira de lei.
Vista-se com o seu vestido infalível,
Dessa vez, quem sabe, crível.
Nova tentativa de te enxergarem:
Mais uma expectativa ante o espelho,
Frustrada frente ao concreto de imagens alheias.
Não me diga, uma vez mais, ao que veio.
Esconda-me o sobressalto, a razão, o esteio.
Esconda-me a gastrite, o frio na barriga, o sangue nas veias.
Mostre-me, de novo, a perfeita maquiagem.
Mantenha os seus óculos escuros, cada vez maiores:
Cobrem-lhe agora, não só olhos, mas a sobrancelha
(novamente, omite-me o sobressalto).
Persista oradora de discursos pré-escritos.
Escritos, no escuro, não só à mão, mas a dedo.
Conte-me mais dos seus podres pensados,
Do seus medos não vencidos (e nem havidos).
Ande mais um pouco pelo mundo,
Com sua burca que lhe cobre os desejos.
Que pinta os medos de preto,
Que lhe esconde tudo.
Que lhe esconde toda.

Pedro Fonseca

3 comentários:

  1. Que honra tripla:
    ser mencionado no seu blog,
    ser chamado de poeta,
    e ser chamado de amigo!

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  2. Que é isso Peu.
    Teu espaço, tua poesia e tua amizade teu lugar cativo! Abração

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  3. Peu OTEMO como sempre e Paulinho sempre fofo.. amo vcs meninosssss... Bjssss

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