A porta da verdade estava aberta
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só conseguia o perfil de meia verdade.
E a segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram no lugar luminoso
onde a verdade esplendia os seus fogos.
Era dividida em duas metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade era mais bela.
Nenhuma das duas era perfeitamente bela.
E era preciso optar. Cada um optou
conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.
Carlos Drummond de Andrade
Eu quero um pedido: um post do nosso poeta árido Fagner.
ResponderExcluirSerá que ganho?
Se fosse um amigo, ainda faria, mas pra ti não vai dar não.
ResponderExcluirFaguinho, grande Faguinho (será que algum dia chamamos de Faguinho???)
Vou selecionar uma histórica dele.
Saudade, mas saudade mesmo do atum!
Aquilo sim é que era samba!