sábado, 20 de fevereiro de 2010

O silêncio da classe dos poetas



O SILÊNCIO


O mundo, às vezes, fica-me insignificativo

Como um filme que houvesse perdido de repente o som

Vejo homens, mulheres: peixes abrindo e fechando a boca num aquário

Ou multidões: macacos pula-pulando nas arquibancadas dos estádios...

Mas o triste é essa tristeza toda colorida dos carnavais

Como a maquilagem das velhas prostitutas fazendo trottoir.

Às vezes eu penso que já fui um dia um rei, imóvel no seu palanque,

Obrigado a ficar olhando

Intermináveis desfiles, torneios, procissões, tudo isso...

Oh! decididamente o meu reino não é deste mundo!

Nem do outro...



Mario Quintana, do blog da Érica

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