segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Travesseiro da alma




...E até que tocá-los possa,
com unhas e dedos
com dentes e boca,
cá os imagino.
Em detalhes.
Aqueles só possíveis por intermédio da imaginação...
Cada uma das tuas tetas,
que são tetas pela naturalidade que são.
Porque vivem de ti e só.

Teus peitos guardiões do teu seio,
protetores do peito que carrega teu coração.
Teus peitos ou teu peito?
Poderá ser plural o peito teu?
Que uno carrega toda a fonte da vida?
Ah o teu peito,
pátio de escorregadores das tuas duas mamas,
de curvaturas uniformes como a perfeição
e com sinais de saudade,
aquelas pintas sorridentes.
Tatuagem dos deuses
que se preocupavam em fazer peitos femininos
com a perfeição que só à mão dos deuses é dada.

Teus peitos de pêlos diminutos.
Com pelinhos invisíveis a viver de arrepio.
Dois mundos pela metade;
bulas delicadas;
medicina das bocas envenenadas de excesso de saliva.
Pétalas de pele macia;
duas flores exclusivas,
das que nascem nas terras das nuvens no céu.

E os bicos, que combustíveis que são!
E ainda ficam fingindo, disfarçando,
com aqueles dois olhinhos sonolentos.
Os bicos de todos os tons de rosa
que nem às rosas é permitido.

Devolve teu peito,
travesseiro das tristezas minhas.
Devolve teu peito,
composição suave,
que por natural, selvagem.
Devolve teu peito.
Instintivo.
Incisivo.
Suculentos, os plurais peitos teus.
Sejam dois, ou sejam um mais um,
também são meus.
Imaculados.
Carne.
Flora.


PFF

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