com esse papo de emprego, se'stá vendo não tô nessa, porque eu quero sossego...")
ESCREVER COM AR NOS PULMÕES DOS DEDOS
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O editor avaliou o material e ponderou que estavam sendo burladas, nos textos enviados pelo pretenso escritor, algumas regras atinentes à teoria do conto, que era, provavelmente, uma cadeira importante na faculdade de formação de escritores. Uma disciplina, por certo, cheia de livros esquemáticos e rotas predeterminadas para iniciantes nos assuntos da escrivinhação - palavra proibida como todas que não moram no livro batizado de dicionário.
O autor, que não queria porra nenhuma, mesmo querendo poder escrever porra nas coisas que escrevia; disse ao editor que não era do seu gênero ter um gênero literário, afinal, não entendia bulhufas de teoria literária, de seus gêneros, subgêneros e outras porras do tipo. Disse que também não habitava o gênero das suas preocupações a preocupação de se preocupar com a repetição de palavras como "gênero", "porra" ou "preocupação". Queria apenas vomitar nas folhas brancas as percepções que tinha do mundo e viver, pelo menos quando escrevesse, fora dos escaninhos sem ar que a vida lhe impunha.
PFF
Paulinho, eu discordo da canção que o Bukowski está cantando.
ResponderExcluirCertamente ela está chamando o síndico para trocar essa porra de cerveja quente!!
Isso me lembra quando Bukowiski entrava nas bibliotecas de Los Angeles; lia Dostoiévsky, Shakespeare, dentre outros, e nada disso fazia sentido para ele. Nada disso era como a vida dele. Até que ele encontrou John Fante. E foi Fante quem tornou Bukowiski um escritor; porque foi em Fante que Bukowiski pode perceber que existem alguns que fogem dos léxicos e das perfomances e fazem da escrita um espelho da própria vida. Particularmente, tanto Fante, quanto Shakespeare ou Bukowiski me agradam; mas para alguns, fugir dos padrões é a única saída. Desalinhamento, pois.
ResponderExcluirPo Ana, apareça ai com esse teu caldo cultural!
ResponderExcluirEu to lendo o último livro do Buk, uma seleção de textos de um diário dele. Legal pra ver que ele se ameniza um pouco e que até refere, em tom de elogio, a leitura de grandes filósofos modernos. A liberdade dele é nunca antes vista na história dos meus olhos leitores.
Olha Érica, tá me parecendo mais uma garrafa de vinho que cerveja. Ele pelo visto se preocupava mais em beber do que beber alguma coisa específica. Valeu Miche, brigadão pela lembrança.