sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Me anulo



Eu anulo meu voto. Se funciona? Tenho certeza que não. Levo a gota de água no bico até a floresta em chamas. Minha gota não serve para porcaria nenhuma. Mas eu anulo, no pleno exercício da falsa liberdade que tenho. Se a Dilma foi guerrilheira e tá com a cara toda retalhada para se inserir no modelo do raso julgamento da maioria bananeira, se o Serra tem muita olheira e só favorece os empresários sanguinários do país e se a Marina não fala nem português direito e não tem cacife internacional; pouco me importa. Até hoje não recebi nenhum email com proposta falsa de ninguém, dá até pra começar a campanha "A volta das promessas estilo conversa pra boi dormir", pelo menos ficaria uma disputa mais educada, desde os anos 80 que o Cazuza percebeu que as mentiras sinceras quase sempre interessam. Ficar queimando o adversário é tiro no pé politiqueiros! É como conquistar mulher disputada, deve-se exaltar as qualidades do cavalheiro adversário. Vai ver também a política não parou para pensar pelo viés da maquinaria humana...

Refletir política é refletir em como prescindir dela. É esse meu único esforço em relação à isso. Se funciona? Tenho certeza que não. Mas a democracia que vá brincar em outro lugar, bem longe de mim. Minha paciência é curta com coisas que não me interessam. Se sou egoísta? Sim, pelo menos quando se trata de política. Se sou egoísta com o resto? Tento não ser tanto, mas me permito a tentativa. Pelo menos, que é o mínimo do mínimo e por isso mesmo já é alguma coisa. Portanto, não me encham o saco com emails cravejados de teorias da conspiração e dados duvidosos, me excluam da lista. Eu não fico fazendo campanha pelo Sr. Nulo que é cheio de boas intenções como os outros candidatos. Eu tô fora. Tô nem aí. Se continuarem enchendo minha caixa de emails, não vou mais reclamar, vou simplesmente deletar. É que tento também minimamente, que é pouco mas é alguma coisa, não julgar, respirando toda a paciência que existe ao meu redor.

2 comentários:

  1. Tá aí um negócio que também não aguento mais receber nos meus e-mails! Quanto ao voto nulo, como você escreveu, não fará diferença alguma. Aliás, diga-se de passagem (é o que ouvi falar), parece-me que se mais de 51% dos eleitores votassem nulo, teria-se que ter novos canditados, pois os que concorreram não foram aprovados pelo público em geral. Porém, quando teremos esse percentual? Jamais! Resta-nos apenas decidir entre uma guerrilheira, um favorecedor de empresários, a mulher humilde porém sem chances de ganhar, outro qualquer que esteja concorrendo ou votar nulo.

    Pra falar a verdade, difícil decisão essa...

    Um abraço!

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  2. Pois é Filipe. De qualquer modo, mesmo se tivessemos os tais 51%, ainda assim, apareceriam outros candidatos, com propostas e problemas e metidos a profetas. Minha crítica não é particularizada a algum deles, dos que estão e dos que virão, mas ao modo de governabilidade que se tem. Não tenho a saída do labirinto, mas é preciso perceber quando os modelos estão esgotados como esse. Só assim, todos podem pensar (sempre pensar) em novos modos, novas soluções, novas revoluções...ainda que sejam internas como bem sabes que defendo.

    Questão difícil, não há dúvida.
    Abraçaõ

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