"...subi no elevador com a sensação que o meu poder ia aumentando. quando já estávamos dentro do apartamento, levantei a saia de Margy para ver o que prendia as meias no alto das coxas. depois passei-lhe o dedo no meio da mão direita pelo rego da bunda. ela deu um grito e o imenso pacote cor de rosa caiu no tapete, abrindo e esparramando tudo pelo chão. aquelas 3 galinhas branco-amarelas, com seus 29 ou 30 cabelos humanos pegajosos, retorcidos, assassinados, grudados nelas. pareciam estranhíssimas ali, boquiabertas naquele tapete surrado [...]
- ooh as galinhas.
- que se fodam.
a cinta liga dela estava suja, simplesmente perfeito. passei-lhe o dedo pelo rego outra vez.
ah, que droga. então sentei e abri a garrafa de uísque. enchi os dois copos até a borda, tirei os sapatos, as meias, as calças, a camisa e peguei um dos cigarros dela. fiquei sentado só de cueca. sempre faço assim, logo de saída. gosto de me sentir à vontade. se a fulana achar ruim, foda-se. porta da rua, serventia da casa. mas elas nunca vão embora. deve ser por causa do meu jeito. tem umas que dizem que podia ser rei. outras falam coisas bem diferentes. fodam-se.
- tenho dois filhos em Ohio. são crianças lindas...
- deixa pra lá. já passamos por essa fase. me diz uma coisa, você chupa pica?
- como assim?
- AH SACO! - espatifei o copo contra a parede. depois peguei outro, enchi e bebemos mais um pouco."
Bukowski em 3 Galinhas, do livro do mês.
Bah, que delícia!!! Nu e cru!!! Às vezes chega a deixar o leitor chocado!
ResponderExcluirSempre achei que o Gutierrez tinha lido mto Bukowski...
Leituras inspiradoras para um domingo, não, Paulinho?!
Beijos!
O como somos, no relato mais próximo da "pureza de ser", certamente choca, mas só os enjaulados Lu. Senão, é deliciar-se com as identidades cruas do que somos. É quase uma nudez no relato de ser do Buk.
ResponderExcluirAs leituras de domingo, quando abandono o Direito, e passo ao Bukowski, me salvam!
Beijão