Não tem jeito! Ainda que aos olhos de todos estejamos sempre (falsamente) estáveis, de banho tomado e roupa passada (porque a vida quer alinhar nosso desalinho natural), internamente, pelo menos uma vezinha do dia, o abismo nos abraça, nos jogamos, nos esborrachamos e depois, lambendo as feridas que fazem do nosso corpo e espírito um projeto de totalidade, subimos até a beira do abismo de novo, num movimento sem fim à la Sísifo, o incansável rolador de pedras da mitologia grega. INSIGHT: será que os Rolling Stones vem daí?
Mas voltando, o monstro indomável que nos habita dorme menos que nós, é incansável o filho da puta, invisível como aquelas lombrigas malditas que ficam comendo a comida que é nossa, e ficamos tentando durante todo o sempre domá-lo, agarrá-lo pelos chifres demoníacos que por certo carrega. A nossa natureza não entende esse palco que a gente mesmo criou. Durante o tempo de um dia, somos o vilão e o herói, amamos e odiamos. Pelas feridas nos invetamos como feridor. E talvez por isso que o tempo, não pelo simples fato de ser o assunto salvador da pátria no elevador, seja assunto corrente. Nos identificamos com ele, que muda tanto que engana até a "ciência" que tenta apreender o futuro dizendo se vai ou não chover amanhã. Entenderam porque a ciência é coitadinha? A ciência (ainda) não tomou ciência que opera com metade dos motores pifados.
E a guerra mes amie, a guerra não é essa que se pode ver, não se enganem não. Só depois que nos conquistarmos, poderemos conquistar o que está fora de nós. Eu não descobri nem a América nem a Oceania em mim, e o trabalho é deveras longo porque depois dos continentes tem esse universo todo cheios de buracos negros e lugares que nossas cabeças não entendem. Boa comparação para o bicho homem seria: o bicho homem é como o universo (sem maiores explicações).
E a não ser que se queira estar alheio de si-mesmo, renunciando a própria vida, a personalíssima vida que não é de mais ninguém - nem amigos, nem amores, nem filhos - além de nós mesmos; dialogar com si mesmo é o caminho para dialogar autenticamente com os outros. Namore-se, portanto. Com beijos invisíveis no espelho, a gente se entende com a gente mesmo. Quando a gente senta para conversar com a gente mesmo (frase de Érica), no silêncio de um crepúsculo (ou mesmo no banho que é o local de reflexão por excelência da pós-modernidade) não tem como mentir. O cara a cara conosco é um momento de opção pela autenticidade, a não ser que você não perceba os próprios vazios para preenche-los de invisível. É preciso preenchê-los de invisível mes amie. Eles não se enchem nem com os outros, nem com comida, nem com trabalho, nem com todas essas bugigangas do Shoptime e de todos os Shop do inferno que andam te dizendo (e te domesticando sem você sequer notar) que servem para ocupar nossos espaços não preenchidos...
Uma hora dessas o monstro filho da puta vai arrancar teus pedaços hein, ele adora os distraídos de si mesmo.
Adorei!!!
ResponderExcluirE vou de TIMM:
"Viver é uma aventura realmente exigente..
Viver é estranhar o mundo...é não poder repousar, ter de responder por si frente à realidade, à realidade múltipla, exigente, que tudo o que é diferente de mim significa...viver é a aventura por excelência, a mãe de todas as aventuras.
Compreender o sentido desta aventura, ou criar sentido para esta aventura: eis o filosofar em seu sentido mais pleno. A filosofia é uma das formas de que dispomos para não sermos apenas carregados pelos ritmos da floresta da existência e, sim, um modo privilegiado de aprendermos a nos mantermos sobre nossos próprios pés ao longo do desafio em que viver necessariamente se constitui"
Não corremos o risco dos nossos monstros (sim, no meu caso é no plural e no teu plural ao cubo!!) nos devorarem, nós sentamos com eles diariamente!! bjos
Café com os monstros Érica! Com bolo de chocolate de acompanhamento.
ResponderExcluirO "monstro", esse dentro da gente é o mais perigoso ...
ResponderExcluire ficamos tentando durante todo o sempre domá-lo, os distraídos acabam se ferindo, depois tentam juntar seus pedaços ... :(
Adorei, pena que ainda corro o risco de ser devorada.. kkkkkk to tentando domar o bichinho :D
RESSURGIU das TREVAS da Cultura Pop o intrigante KUATTO. Apenas esse fato serviria para fazer desse post uma vitoria, hehe.
ResponderExcluirMas, enfim, os PREDILETOS alvos desses monstrengos sao sim, os desavisados. E principalmente aqueles que debocham desses seres como se pudessem dominar eles cotidianamente. O ataque vem e vem mortal no primeiro caso, e somado a uma dose a mais de crueldade no segundo.
(Ps: KUATTO LIVES, estava pichado em algum muro de MARTE)
SÓ RESTA ACEITAR O MONSTRO.. E NÃO TEM JEITO, AS VEZES ELE APARECE.
ResponderExcluirBela reflexão, Paulo.
ResponderExcluirEm tempo oportuníssimo!
A aula de hoje me levou a escrever sobre que atualmente "Investimos na Imposição e não na Educação".
Um abraço!
Filipe - www.2timoteo316.blogspot.com
Prefiro adestrar meus (filhos) cães...Os monstros já desisti :(
ResponderExcluira amei bebe
ResponderExcluirQUAL È NOME DO FILMO
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