Numa sexta-feira,
o guardanapo acabou.
Todos os ranhos do mundo
sendo limpos nas mangas das blusas,nas mangas da pele do braço.
Quantos mucos tão extremamente nossos acabam nos sujando a vida?
Haviam aniversários,
Festas sob pretexto do encontro,Esperanças caminhando nas ruas.
Churrascos,
homenagens,
colações de grau,
casamentos.
Os presos viam a sombra dos postes livres através das grades,
as putas contavam dinheiro, acalmavam o inchaço na buceta com KY,
os candeeiros luziam numa estância gaúcha com chiados noturnos e vagalumes.
Os sapos nos banhados estavam se lixando pra economia.
As freirinhas com a bexiga caída oravam suas virgindades.
A infância de alguém em algum lugar,
em alguma sexta-feira adiantada ou atrasada por conta do fuso horário.
O fuso horário existe pra mostrar que o tempo não existe.
Mas existem essas rotações da Terra,
que nos levam ao lugar de antes.
É a sexta que voltou a ser a sexta de antes.
As sextas tem um perfume de universo, uma soterologia própria.
em alguma sexta-feira adiantada ou atrasada por conta do fuso horário.
O fuso horário existe pra mostrar que o tempo não existe.
Mas existem essas rotações da Terra,
que nos levam ao lugar de antes.
É a sexta que voltou a ser a sexta de antes.
As sextas tem um perfume de universo, uma soterologia própria.
Todos estão atentos à noite de sexta...
talvez olhem o céu, talvez esperem o sábado.
Quem se atreverá a este talvez?
Eu não!
A coragem das sextas vem com os goles.
A coragem depois dorme e sente dor de cabeça.
As sextas à noite dão trabalho, nos cobram.
Se não temos dinheiro no bolso,
as sextas nos dão coronhadas na cabeça.
Se não temos amigos, também.
Se não temos amigos, também.
Há o trabalho nas sextas à noite.
Garçons, travestis, taxistas.
Há o trabalhador da sexta à noite,
que são pessaos com seus nomes,
suas marcas, personalíssimas e homônimas...
Sentir o "de novo" enjoa o estômago.
Há quem busque terapias holísitcas na sexta à noite.
que são pessaos com seus nomes,
suas marcas, personalíssimas e homônimas...
Sentir o "de novo" enjoa o estômago.
Há quem busque terapias holísitcas na sexta à noite.
Há a meditação budista na sexta à noite, lá na Índia.
Os idiotas entoando mantras são felizes...
quê têm eles nos olhos que podem não ver?
Os idiotas entoando mantras são felizes...
quê têm eles nos olhos que podem não ver?
Os paraplégicos,
Os suicidas,
As caturritas de gaiola...
Que é que esse povo faz nas noites de sexta?
Você pode tomar uma cerveja,
Esperar o sexo com sua namorada,
Ver um filme.Esperar o sexo com sua namorada,
E os outros,
esses que fazem essa sua sexta parecer tão assim segunda, quê fazem?
São felizes apenas na cabeça de quem os pensa.
No olho-no-olho, a sexta deles é segunda também.
Inda assim, a sexta é a infância do final de semana.São felizes apenas na cabeça de quem os pensa.
No olho-no-olho, a sexta deles é segunda também.
Nos apaixonamos pela vida na sexta,
Como se a sexta fosse a primeira mamada da vida.Sonhamos com a sexta assim como sonhamos que existe um amor para a nossa vida.
Ambos são enganações.
A própria enganação, como palavra, engana.
Nietzsche entenderia.
Bukowski entenderia.Pessoa entenderia.
Vocês 3 devem rir-se de todos que cantam os rótulos humanos.
Essa sexta é o rótulo de um pote de salsicha estragado.
sexta-feira-sexta-feira: escrevo pra foder esse teu rabo sujo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário