sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ESCREVER É UMA PUTA QUE CHUPA O PAU DA GENTE



Esse era pra ser o comentário dessa poesia verdadeira ai de baixo. Mas se não quiser saber, peça a Deus pra ele evitar dissabores na da sua vida. Todas as religiões e as gnoses espirituais dizem que funciona. Bom, a ideia é a seguinte, aproveitando que escrever pra uma revista tem que servir pra alguma coisa, pensei que essa revista deve querer ser megalomaníaca (é que vou escrever numa revista ai que pelo que sei é livre e plural, então ótimo!).

Acho que podemos dominar o mundo com essa revista, mas parando pra tomar um vinho, respeitando a preguiça, a impaciência e a TPM (caso você seja uma mulher). Se não servir pra mais nada, vai servir pra ajudar a alma de quem escreve nessa revista, num jornaleco qualquer, num blog visto por meia duzia de afixionodos ou num papel de pão pra listar as compras do mercado. 

Digo isso porque escrever é uma como uma dose de morfina que a gente precisa sempre que a dor de existir começa a carcomer os filetes de carne da nossa alma. Claro que se você não tiver nenhuma dor, pode inventar alguma, que é pra vida ter um pouco de graça. Suavidade, fora da poesia, é coisa de nuvem. As nuvens são a coisa mais “morocochô” que existe no céu, parecem aqueles bicho preguiça insuportáveis de zoológico.

A vida das nuvens deve ser sem graça, convenhamos. Ficar lá, perambulando pra lá e pra cá, que nem um idiota. Deve dar ânsia de vômito como também dão as escunas. Escuna é sinônimo de vômito. As escunas só prestam nos folders de agência de turismo.

Mas mesmo não sendo nuvem, imagino que a mensagem das nuvens deva chegar ao máximo de gente possível. Por exemplo, agora mesmo acabou de apitar o forno anunciando que a pizza congelada que eu quebrei pela metade pra fazer está pronta, linda, queijosa.

Só que não sinto fome. Aí a pizza acaba ficando parada dentro do forno até amanhã, endurecida, plastificada, pálida, em estado vegetativo. Dá preguiça de ir até a cozinha buscar a pizza. Escrever é melhor que comer e pensar melhor que escrever. De qualquer jeito, quando dá vontade de trepar, não tem jeito. A escritura é uma puta cara e gostosa que fica chupando o pau da gente.

Uma saída boa é beber. Beber alimenta e evita que você tenha que ficar levantando pra pegar os talheres e todo aquele equipamento de produzir cocô: garfo, faca, prato, guardanapo (se é que você não prefere limpar na blusa como eu), taça vagabunda, o vinho mais vagabundo ainda. Como são saborosos os vinhos vagabundos. E o são porque eles não têm nenhuma regra, já nascem mortos pelo destino, como os pobres e os penitentes.

A única regra de um vinho ruim é que ele é um vinho ruim. Não se pode contestar a uva, nem a safra, nem porra nenhuma, ele é apenas um vinho ruim. E, por isso, é um vinho de fácil trato, simpático a todos.  Bom, se você estava ou está esperando um final feliz, foda-se daqui.

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