sexta-feira, 18 de março de 2011

OI, VAMOS TRANSAR? (parte 1)

Eu não tinha comido quase nada o dia todo. Fui driblando a obrigação de comer com uns tragos de refrigerante e uns pedaços de uma pizza borrachuda. Não sei como essas mulheres que querem emagrecer (quase todas) ainda não descobriram a dieta goles de bebida gaseificada-pedaços de qualquer comida-goles de bebida gaseificada – ad eternum.

O primeiro golão de refrigerante faz a base e já dá uma boa estufada na pança. Depois os pedaços de comida ficam boiando no estômago em cima do líquido com gás. O mata-leão é com o segundo golão de refrigerante sobre aquele bolo de comida mastigada que bóia no estômago. Dá pra ficar semanas comendo só isso e desse jeito. Claro que se você for uma usina de produção de merda que passa mastigando o dia inteiro, nem a minha dieta resolve e você tem que morrer empanturrado mesmo. Com essa dieta também se perde menos tempo mastigando. Já pensaram no tempo que a gente leva pra mastigar tudo que mastiga no interstício de uma vida terrena?

Quando anoiteceu comecei a tomar um conhaque vagabundo e aí sim que a fome passou. Sai de casa enconhacado. O mundo rodava. O álcool às vezes nos salva. E são poucas as coisas que nos salvam. Entrei num bar que tocava rock (inferninho) e fui direto buscar uma bebida. Sempre que se chega a um bar a primeira coisa que se faz é ir atrás de uma bebida. Não propriamente pela bebida, mas pra ocupar as mãos e se sentir menos idiota. Os que fumam sentem-se duplamente idiotas, por isso precisam ocupar as duas mãos. Uma com o copo e a outra com o cigarro. Seguidamente me sinto assim, duplamente idiota, crivado de humanidades.

Apoiei os cotovelos na barra do bar e fiquei esperando a garçonete me atender. Eu queria uma dose de conhaque (pra continuar na mesma vibração alcoólica) e uma caneta pra anotar uns recados que tinha recebido do submundo. Fazia tempo que eu tinha esse vício filho da mãe de anotar todos os “recados” que vinham das alturas e do mundo subterrâneo. Quando aparecem ficam me picando a alma, como enxames de abelha no meu pensamento que não vão embora até que eu os transcreva. Uma espécie de médium de assuntos irrelevantes, um condutor de mensagens de gente que já morreu (ou que ainda nem nasceu) e que não diz coisa com coisa. Essa minha missão depende sempre de uma caneta que eu nunca lembro de carregar. A caneta é a minha espada.

A vagabunda da garçonete não me atendia (sim a impaciência), e as abelhas ferrando com a minha calma. É estranho como as ideias brotam no pensamento como se fosse um bêbado que atravessa a frente do carro de chofre. Do meu lado (ainda na barra do bar porque a filha da puta ainda não tinha me atendido) estava uma mulher alta, cabelos encaracolados, saia curta. Ela era alta e tinha uma bunda bonita. É difícil achar mulheres altas com bundas que prestem. São raridades. Verdade que hoje já nem tão raridades assim com o império do silicone. Não me importo com silicone, seja onde for que se coloque. Se tivesse silicone pra aumentar o pau eu aumentaria um pouco o meu, que não é nenhuma anaconda da amazônia. Sejamos sinceros, que homem não gostaria de aumentar um pouquinho? O silicone e o viagra são as maiores invenções em termos de sexualidade desde o anticoncepcional. Mas pensando bem, o anticoncepcional, sexualmente falando, não presta pra nada. Não deixa nenhuma mulher mais gostosa, nem ninguém de pau duro. Invenções sobre sexualidade têm que ter propósitos ligados ao aumento do prazer e da fantasia, e não pra servirem de medida preventiva para que o mundo não exploda de tanta gente.

Perguntei à mulher de saia curta, alta e bunda bonita se ela tinha uma caneta pra me emprestar. Ela tirou uma da bolsa e disse que pegaria depois que voltasse do banheiro. Acho que não aguentou esperar pela garçonete que era uma lesma.

A caneta dela era boa. A ponta deslizava sobre o guardanapo. Parecia sexo com uma perereca bem molhada. Escrevi umas frases esparsas. Quando ela voltou perguntei quanto ela queria pela caneta (pra fazer um charme, lógico). Lógico também que o charme de galã de rodoviária não funcionou, mas pelo menos ela disse que eu poderia ficar com a caneta. Vi a possibilidade de ver aquela bunda pelada ir pro beleléu.

(CONTINUA)

8 comentários:

  1. Hahahaha, ancioso pelo restante da "estória" do médium de botequim... hahaha. Abç

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  2. Resumindo, nãocomeu ninguém?
    Quero saber mais dessa de médum de botequim ai!! Abraço Xirú!

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  3. Afinal, comeu ou não comeu?
    Putz... Agora fiquei curiosa! haha
    Beijo garanhão!

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  4. um abrazo paulito! me encantó la historia!

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  5. Por acaso tu tens namorada?

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  6. Anônimo, tenho uma namorada anônima

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  7. aii jesus eu não li isso!!
    hahahaha
    o pior de tudo é que eu vou ficar esperando a continuação
    polamor
    hahaha

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