terça-feira, 1 de março de 2011

mortalhadosvivos


Tua graça flertou com a morte.
E por ela seduzida, em ti , fez-se o riso.
Teus rodopios tétricos,
de braços soltos e frugais,
eram uma xícara de chá quente no inverno dos meus olhos.

A unidade madurou como em deslize,
mais rápida e una que as frutas nos galhos.
Nascemos dentro um do outro,
mas sendo íntegros em cada um de nós.

Fomos abençoados pelo beijo da morte nos teus lábios,
que não levou-te porque, no beijo vosso, evitou-se a língua.
E a morte;
maternal como os abraços,
sedutora tal beijos de olhares,
amante dileta e fugidia do mundo,
foi nosso cupido,
a que pode nos deixar mortos de prazer,
bem ali,
na mortalha de lençóis suados da cama.

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