segunda-feira, 12 de julho de 2010

Meditações longevas



De chofre,
me pus a imaginar os contornos,
os detalhes insuspeitos,
o desbaratino dos cantos escuros,
ah os cantos escuros...
serão úmidos ou empoeirados?
E a gaveta,
se entreabriria docemente para mim,
como leve porta da abadia
que esconde meu tesouro?
Qual pétalas a permitir
o néctar vindouro?
Mas cogito.
E reflito.
E indago insone tua textura, tua cor...
Será amadeirado ou leitoso teu leito?
De mais a mais,
te especulo em tom perfeito.
Desde as vestes que escondes
até os perfumes trancafiados em ti,
prêmio de quem tuas portas abrir...
*
Nada disso é disparate,
pois assim te medito,
armário bendito
que guarda meu chocolate.


PFF

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