DAS TRÊS FORMAS DE SE DAR UM LIVRO DE PRESENTE
O livro é um presente nobríssimo por natureza.
Se quem recebe o ignora ou desagrada-se,
dificilmente serve para ser conviva de quem o deu.
É bom meio de reconhecer afinidades, o presentear com livro.
Mas dentro desse universo há, ainda,
uma nobreza que se eleva além do nobríssimo natural.
A primeira nobreza é a corrente:
Vai-se à loja, elege-se, compra-se e entrega-se o livro.
Novíssimo. Perfumado.
Naturalmente nobre!
No livro dado,
o universo que o presenteador
imagina conexo com o do agraciado.
A segunda nobreza é menos constante:
O presenteador elege,
dentre os livros da sua própria estante,
O livro é um presente nobríssimo por natureza.
Se quem recebe o ignora ou desagrada-se,
dificilmente serve para ser conviva de quem o deu.
É bom meio de reconhecer afinidades, o presentear com livro.
Mas dentro desse universo há, ainda,
uma nobreza que se eleva além do nobríssimo natural.
A primeira nobreza é a corrente:
Vai-se à loja, elege-se, compra-se e entrega-se o livro.
Novíssimo. Perfumado.
Naturalmente nobre!
No livro dado,
o universo que o presenteador
imagina conexo com o do agraciado.
A segunda nobreza é menos constante:
O presenteador elege,
dentre os livros da sua própria estante,
um especial, que em geral carrega toda a sua alma
nos rabiscos, sublinhados e orelhas viradas.
Entrega a transformação sofrida por seu próprio mundo,
na experiência que teve com o livro.
Fraternalmente,
despede-se de um pedaço seu para acarinhar outro.
Altruísta, entrega o livro,
suas personalíssimas impressões do livro
e o estado de não ter mais o livro que tinha.
E que nunca mais virá a ter.
(Não se pode voltar a ser o que se era).
É fidalgo dar um livro próprio a alguém especial,
mas nunca há, um “nós” no gesto da entrega.
Por isso que esta, a terceira nobreza, é a completude,
a total alteridade de dar um livro.
A terceira nobreza é a maioral:
O presenteador vai à loja com seu agraciado na cabeça.
Elege um livro que imagina o agradará. Mas não só.
É importante que o livro também apraza o presenteador.
É um livro que fala de ambos,
do momento de ambos
- sejam amigos ou amantes.
E o nobríssimo presenteador
ordena que não se embrulhe o livro.
E o lê todo.
E o manipula.
nos rabiscos, sublinhados e orelhas viradas.
Entrega a transformação sofrida por seu próprio mundo,
na experiência que teve com o livro.
Fraternalmente,
despede-se de um pedaço seu para acarinhar outro.
Altruísta, entrega o livro,
suas personalíssimas impressões do livro
e o estado de não ter mais o livro que tinha.
E que nunca mais virá a ter.
(Não se pode voltar a ser o que se era).
É fidalgo dar um livro próprio a alguém especial,
mas nunca há, um “nós” no gesto da entrega.
Por isso que esta, a terceira nobreza, é a completude,
a total alteridade de dar um livro.
A terceira nobreza é a maioral:
O presenteador vai à loja com seu agraciado na cabeça.
Elege um livro que imagina o agradará. Mas não só.
É importante que o livro também apraza o presenteador.
É um livro que fala de ambos,
do momento de ambos
- sejam amigos ou amantes.
E o nobríssimo presenteador
ordena que não se embrulhe o livro.
E o lê todo.
E o manipula.
E o faz bula.
E rabisca.
E faísca.
E rabisca.
E faísca.
E petisca.
E sublinha.
E sublinha.
E desalinha.
E em cada linha.
Comenta.
Livro virgem não contenta.
E faz desenhos bobos.
Que são mesmo bobos.
E faz notas de rodapé.
Pensando no que pensará
aquele(a) mané.
E faz pirilimpimpim.
Quase esquecendo do seu mim.
E em cada linha.
Comenta.
Livro virgem não contenta.
E faz desenhos bobos.
Que são mesmo bobos.
E faz notas de rodapé.
Pensando no que pensará
aquele(a) mané.
E faz pirilimpimpim.
Quase esquecendo do seu mim.
E deixano o livro todo assim.
Deixa todas impressões que tem do livro,
como na segunda nobreza,
agora direcionadas especialmente
para o feliz ganhador.
Que é – nessa difícil arte de receber presentes –
o mais feliz ganhador,
mas que em verdade,
Deixa todas impressões que tem do livro,
como na segunda nobreza,
agora direcionadas especialmente
para o feliz ganhador.
Que é – nessa difícil arte de receber presentes –
o mais feliz ganhador,
mas que em verdade,
ganhamor.
PFF
Quando vejo (ou imagino) teu olhar no livro presenteado, o teu sorriso ao visualizar meus desenhos bobos,sei que sou quem ganhamor.
ResponderExcluirQue delícia, meu querido.
ResponderExcluirGenial seu poema.
ResponderExcluirGenial.
Livros são realmente fantásticos o//
E ganhá-los e presenteá-los são sempre uma dádiva.
=)
Genial! :D
ResponderExcluirDeve ser maravilhoso receber um livro rabiscado com muitos comentários e alguns desenhos bobos ...
Fiquei imaginando como seria presentear alguém dessa forma e como a pessoa reagiria! Adorei a idéia ! :D :D
Os próximos presentes darei um toque especial !
Bj.
Livro é o presente do coração...
ResponderExcluirLindo o que escrevestes!