terça-feira, 8 de junho de 2010

Entremáscaras



ENTREMÁSCARAS

Reconhecer é um alívio.
Conhecer não se pode,
quem não se pode reconhecer.
Ver a luz dos próprios olhos,
cintalante na pupila do outro.
Uma benção!
Fazer espelho do brilho úmido
que repousa sobre a retina alheia.
Outra benção!

Mas os abraços, quase todos,
são tão distantes e frios...
Sem reconhecimento,
espiões entremáscacaras,
em um teatro de burocracias,
em um carnaval de personagens reais,
em amontoados sem fim de vidas vazias.

PFF

4 comentários:

  1. É... "os abraços, quase todos, são tão distantes e frios"!
    Perfeito! Paulo, adoro tuas citações, mas qdo escreves é mto melhor!
    Beijos!

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  2. Amado, eis o nosso erro: reconhecer nosso eu no outro!
    Melhor caminhar ao lado, cada qual com tua máscara (impossível não usá-las!), interpretando teu personagem...
    Assim, conseguimos preencher um pouco, somente um pouco, nossas vidas vazias.
    Abraço de urso e quente, pq na amizade não há lugar para abraços frios!!

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  3. Pois é Érica...eu vivo do impossível mesmo! É o meu combustível! Sou adepto da filosofia de vida das utopias que vão se escondendo na medida do nosso caminhar, pra lembrar o Galeano! Espero pelas bençãos!

    Brigado Luiza! É um carinho sempre que passa por aqui!

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  4. Tenho certeza que "tais bençãos" já estão sendo vividas por ti. Olhe bem e verás!
    bjo no coração

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