- Começou a chover aqui. Lembrei daquela música do Lobão que a gente escutava juntos...lembra?
- Claro que lembro, eu adoro aquela melancolia, aquela doce melancolia. É uma música exclusiva para os dias de chuva...
- Esses dias toquei essa música com meus amigos numa roda de violão. Não tava chovendo, mas pensando, os amigos são a única coisa sublime, estável e eterna da vida. Mas isso quando não chove, porque a chuva me deixa meio assim...meio não sei como...e nenhum amigo pode me resolver.
- Meio assim como?
- Assim meio melancólico, que chora sem chorar, que chora sem ser triste. Uma melancolia neutra que é quase boa, mas sem ser...Como andam tuas chuvas por ai?
- Minhas chuvas caem ordenadamente, sabes como sempre fui assim preto no branco!
- Sei sim...essa chuva também me lembra nosso toque, nosso sexo. Eu ando muito sem sexo melancólico por aqui, tu lembras que minha pregação é de que o sexo deve ser melancólico né?
- Lembro sim, mas não posso te ajudar. Eu ainda não consigo desvincular minha mente, meu coração e meu corpo. Não fosse isso poderia ser tua parceira subliminar de sexo, mas meu corpo não deixa; ainda que minha mente e meu coração continuem entregues à ti.
- Olha, eu aposto que se a gente estivesse a um palmo de distância, essas tuas certezas, divididas em corpo, mente e coração; iriam pelo ralo...
- Só se tu soubesses como fazer tudo isso no espaço ínfimo de um palmo de distância.
- Sabemos que eu saberia.
- Tu sempre me instigas tanto...
- E eu me instigo com quem se instiga com essas loucuras, essas banalogias e essas filosofias vãs...assim como tu.
- No fim das contas – se bem que nunca pagamos as contas para poder ir embora um do outro - nos instigamos, mutuamente.
- Verdade...eu tenho uma vontade tão sincera, uma vontade tão verdadeira de pass(e)ar a mão em ti quando olho essa tua foto deixada propositalmente no mural, essa foto mutante, essa foto eterna das minhas lembranças. E ali, bem ali, embaixo do teu queixo, entre o peito escondido, entre as duas cascatas loiras, bem ali, naquele quadrado sem forma de quadrado, ali vive a porcelana tua. E a porcelana é a culpada porque é ela que roga meu toque, meu passeio de mão, minha volúpia que é eternamente nossa...Entendeu?
- Não, não entendi...senti.
- É porque temos essa intimidade distante que nos une. E ficamos assim, unidos em coração, mente, corpo e chuva...todos em um só de nós.
- Claro que lembro, eu adoro aquela melancolia, aquela doce melancolia. É uma música exclusiva para os dias de chuva...
- Esses dias toquei essa música com meus amigos numa roda de violão. Não tava chovendo, mas pensando, os amigos são a única coisa sublime, estável e eterna da vida. Mas isso quando não chove, porque a chuva me deixa meio assim...meio não sei como...e nenhum amigo pode me resolver.
- Meio assim como?
- Assim meio melancólico, que chora sem chorar, que chora sem ser triste. Uma melancolia neutra que é quase boa, mas sem ser...Como andam tuas chuvas por ai?
- Minhas chuvas caem ordenadamente, sabes como sempre fui assim preto no branco!
- Sei sim...essa chuva também me lembra nosso toque, nosso sexo. Eu ando muito sem sexo melancólico por aqui, tu lembras que minha pregação é de que o sexo deve ser melancólico né?
- Lembro sim, mas não posso te ajudar. Eu ainda não consigo desvincular minha mente, meu coração e meu corpo. Não fosse isso poderia ser tua parceira subliminar de sexo, mas meu corpo não deixa; ainda que minha mente e meu coração continuem entregues à ti.
- Olha, eu aposto que se a gente estivesse a um palmo de distância, essas tuas certezas, divididas em corpo, mente e coração; iriam pelo ralo...
- Só se tu soubesses como fazer tudo isso no espaço ínfimo de um palmo de distância.
- Sabemos que eu saberia.
- Tu sempre me instigas tanto...
- E eu me instigo com quem se instiga com essas loucuras, essas banalogias e essas filosofias vãs...assim como tu.
- No fim das contas – se bem que nunca pagamos as contas para poder ir embora um do outro - nos instigamos, mutuamente.
- Verdade...eu tenho uma vontade tão sincera, uma vontade tão verdadeira de pass(e)ar a mão em ti quando olho essa tua foto deixada propositalmente no mural, essa foto mutante, essa foto eterna das minhas lembranças. E ali, bem ali, embaixo do teu queixo, entre o peito escondido, entre as duas cascatas loiras, bem ali, naquele quadrado sem forma de quadrado, ali vive a porcelana tua. E a porcelana é a culpada porque é ela que roga meu toque, meu passeio de mão, minha volúpia que é eternamente nossa...Entendeu?
- Não, não entendi...senti.
- É porque temos essa intimidade distante que nos une. E ficamos assim, unidos em coração, mente, corpo e chuva...todos em um só de nós.
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PFF
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