Visitei o blog da Luiza (Mil faces de Luíza) e lá encontrei o que já estava esperando: uma reclamaçãozinha dos solteiros (separados, desquitados etc.) pela chegada do dia doa namorados. Pelo teor do post, porém, penso que o caso dela seja diferente. Não a reclamação corrente do não tenho namorado(a) e vou ter que passar sozinho(a) o dia 12, mas uma reclamação talvez saudosa, de quem passou um tempo grande acompanhado(a) e agora vai experimentar - de novo - o estar só (solidão é uma palavra que as pessoas ainda evitam apesar de ser pra lá de temperada). Se eu estiver enganado pode me corrigir Luiza.
Lembro que antes de ter as namoradas que já tive, lá pelos idos de 1990 e alguma coisa, eu e meus amigos combinávamos com outras "amigas" solteiras de jantar em algum restaurante no dia dos namorados. Claro que a gente tentava resolver dois "problemas" de uma só vez: curar a solidão cruel do dia 12 e, se o vinho fosse forte e a nossa retórica apurada, sair da empreitada de mãos dadas. Afinal, já naquelas épocas, meio sem saber, a gente só queria mesmo era uma menininha para amar e levar no cinema. Lembro que eu e o Vini nos irritávamos com aqueles casais em pleno amor nas salas de cinema. A gente queria umas meninas que não nos queriam, desde aquela época gostávamos de coisas impossíveis. E naquela época a gente ainda amava "platonicamente" meninas que nunca foram nossas. E, lembrando de tudo hoje, vejo como tristeza a perda da inocência que tínhamos. Alguns "junhos" o plano funcionava, em outros não. Nos que não, ficávamos tristes! E como o Vini nunca bebeu, nem encher a cara dava.
Mas não era isso que eu queria falar. Mas da burocratização acrítica dos "estados" incluídos, dessa tentativa - por certo mercadológica - de nos instalar a angústia diante da nossa "desconexão" com a realidade. Já funciona assim em outras ocasiões. No carnaval por exemplo, todo mundo tem uma obrigaçãozinha de ser alegre, se não for "pular" (!!!) o carnaval seja onde for, se não for à praia, se não puder pelo menos aproveitar enchendo a cara durante os quatros dias; o infeliz se sente como tal. Um ser marginalizado. Que olha choroso aquela alegria que invade irritantemente as telas da TV. Agora na copa do mundo, acontece algo parecido. É preciso uma televisão LCD e todo mundo - até as mulheres e homens que odeiam futebol - completam o álbum da copa, compram enfeites verde amarelo e tudo mais. Já que é copa, vamos torcer, afinal, como todos torcem, é complicado se sentir à margem do querer comum (senso comum). E todo mundo vira nacionalista, adorador de futebol (se for um teatro para matar o trabalho, retiro o tom de crítica). Eis que o dia 12 próximo é exatamente assim: para estar bem e feliz é preciso ter "um alguém", ir jantar por aí e fazer um sexo burocrático de barriga cheia. É a formalização do amor que acontece no dia dos namorados. E, em geral, os solteiros sofrem com isso. Ou seja, de fevereiro até agora, para se sentir in todos deve(ria)m: ser alegres (carnaval), ser brasileiros orgulhosos (começa na terça próxima, haaaaaaja coração) e amar (dia 1 2).
Nietzsche, o mestre da tijolada, como definimos eu e o Gabriel, já nos ensinou a abandonar o tu deves pelo eu quero. E isso não é prescindir ou desprezar o carnaval, a copa e o dia dos namorados. Apenas pensar que o gosto e a satisfação propagados por aí, podem não ser tão essenciais assim. Não se deixe alfinetar pelo senso comum, ele que é tão ingênuo!
Sim, Paulo, foi apenas uma reclamação saudosa... saudade do hábito, talvez... mas gosto de solidão. Adoro ficar só e, por vezes, NECESSITO estar só.
ResponderExcluirNo mais, concordo contigo. A "bênção" lá na Vara ontem foi eu dizer que ficaria trabalhando na hora do jogo da Copa... assim, liberei todos os demais, que "curtem tanto" futebol! rsrsrs
E de "sexo burocrático de barriga cheia", definitivamente, to fora!
hahahaha
Sabes que adoro quando escreves, né?!
Beijos!
De FATO: TENEBROSA essa onda desesperada da mercantilizacao de tudo da vida (inclusive do "ter" namorada - e namoro vai pra conta das coisas que se "tem", ou "tem que ter", no sentido pejorativo...).
ResponderExcluirNamoro LCD...Adquira AGORA o seu
PS: genial essa tatica do "arranjo" nos 12s de Junho. Nunca havia pensado nessa ideia.
"Nietzsche, o mestre da tijolada..." hahahaha
ResponderExcluirAdorei! No mais, concordo com tudo. Já fui muito cobrada/julgada/marginalizada por não passar o Natal com a família. Eu nem sou cristã! Mas isso não tem a menor importância, o que importa mesmo é fazer o que a "sociedade" quer, fazer o que esperam e ser exatamente igual aos demais! hahaha
Mas que beleza Paulinho!!! Pelo blog do Gabriel é que localizei teu blog amigão!!! Já está entre os meus mais indicados e me habilitei como seguidor!!! Temos que marcar outra parecida com aquela de Porto Velho, seja no nosso Passinho(quando vier não deixe de entrar em contato) ou no litoral de Santa. Forte abraço irmão.
ResponderExcluirQuerida Luiza, que legal e solidária tua atitude! Tomara que os colegas retribuam a tua gentileza quando vc precisar ou quiser faltar.
ResponderExcluirÉ isto Gabriel. Boa a analogia do "ter"...tá funcionando até para pessoas. O cara fica out se nao tiver pessoas bem (de)nominadas ao redor né. Eu to desatualizado cara, a onda agora é a LED. Mas vou ouvir o rrrrrrrgalvão bueno, numa 20 polegadas com tubo de imagem, tudo em paz!
Violene (explique de onde vem esse nome bacana!) Natal é aqueeeeela coisa, só vejo as crianças dizer que gostam. Mas dá pra aprender a enfrentar, levar na boa pra não criar (2)problemas etc. Bem vinda! De onde você vem? Do que se alimenta?
LF, grande irmão violeiro das bandas de Rondonia! Felicidade tua visita! Com certeza outros encontros nos aguardam, com a mesma (des)afinação e a mesma quantidade de chopp!! Abração
Paulo, obrigada pela recepção. Acho que vou aparecer por aqui outras vezes... Moro em Floripa... "Descobri" você fazendo o seguinte percurso: Sandro Sell(culturadocontrole) > Grazy AB (genealogiadocaos) > Paulo (entrehermes). Viu como eu tenho bom gosto? Só fera!!!
ResponderExcluirLegal Violene! Apareça mesmo, temos desde chás e cafés, até fortes doses de uísque barato e vinho porcaria!
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