PELA TIPIFICAÇÃO DO AUTOESTUPRO
Sabe-se que o estupro é dos crimes mais condenados pela moralidade. Não tem estuprador que escape ileso da guilhotina da lei – que arranca simbolicamente a sua cabecinha (sim, aquela!) – e dos cabos de vassoura e demais acessórios naturais quando pisa no xadrez. Por ser uma cólera do comportamento humano, o estupro é mal visto por todos que se consideram amigos da sanidade. E o é, em grande parte, pela violência que é a não correspondência entre a vontade do estuprador e da vítima. O estuprador quer, a vítima não quer. Mas o estuprador, que sempre é mais forte e corpulento, impõe à vítima sua vontade. Faz da unilateralidade um consenso forçado. A vítima, então, acaba agindo contra sua vontade. Dando aquilo que nem emprestar queria, em resumo. Até aqui todo mundo já sabia.
Porém, o que ocorre seguidamente, são os auto(?-?)estupros (não lembro como ficou essa porcaria de hífen com a ortografia nova). - Autoestupros? Sim, auto-!!-estupros! Os auto%*estupros, diferentemente do estupro mais ortodoxo, por assim dizer, são fenômenos complexos e provavelmente históricos na civilização, mas que só agora tem espaço dentro da democracia sexual para poder fazer parte do (anti)discurso liberal. Os auto$+estupros são mais condenáveis que os estupros uma vez que estupram duplamente: quem quer “estuprar” acaba sendo estuprado e quem também quer ser “estuprada”, acaba não sendo. Explico. Manter-se-á aqui uma hipotética relação heterossexual para facilitar a compreensão do caso, consciente que os estupradores tem preferência sexual difusa.
Como manda o script da felicidade enlatada de uma noite, o menino dá uns beijos na menina, tomam um cachaçinha qualquer além do 0,6 mililitro por alguma coisa de sangue como diz a lei, e acabam na cama (em geral de motel barato ou na casa do menino que é mais barato ainda). O menino, domesticado que foi, quer (às vezes bebe bem além do 0,6 para se convencer de que quer mesmo...). A menina, domesticada para não querer, quer! E como quer! É a lógica inconsciente de que o que é proibido tem mais tempero e mais açúcar... Além disso, sabe-se desde as cavernas que a mulher é do contra...! Independente das razões da cada um, ambos querem. A menina bêbada e com os sentidos corporais aguçados, então, literalmente baba. E baba por todos os lados, porque enquanto o menino bebe para recuperar a masculinidade assustada, a menina bebe justamente para vencer a domesticação que a condiciona. Mas aí a tirania da moralidade e da pressuposição do julgamento alheio lança seu veneno (na primeira vez, nem falar, diz o código da boa menina). A menina, ainda que de pileque, quer, mas não dá (nem empresta, nem porra nenhuma). Ela baba por todos os lados, deseja o menininho do menino mais que tudo, mas mantém em pé o muro da moralidade (e também o menininho do menino), que é, para o pobre menino, um verdadeiro muro das lamentações. É nesse exato momento que o auto-estupro se dá. E ela nem é mais forte nem mais corpulenta! A menina se estupra internamente porque sua vontade e sua ação não encontram correspondência. E estupra o menino e o menininho, que queriam, mas que vão ficar no prelo, sob o efeito imediato de uma molenguidão corporal e psíquica de dar dó. Estuprar é um desencontro de vontades. O autoestupro é um desencontro duplo de vontades, em algumas teorias que ainda não existem também é chamado de estupro às avessas. O auto---estupro devia constar no Código Penal com agravante de pena em relação ao estupro, uma vez que é cometido duplamente. Pode ser uma qualificadora também, eu nunca entendi direito essas coisas de Direito Penal...O crime de autoestupro sequer consta, todavia. Nem se sabe de projeto de lei tramitando para incluí-lo. Pensando bem, talvez o estuprador da história não seja a menina, mas a moral...
A moral estupra muito gente por aí, todos os dias, em todos os lugares...e ninguém nunca viu ela ser julgada, condenada, encarcerada.... e nem assediada por algum cabo de vassoura...
Sabe-se que o estupro é dos crimes mais condenados pela moralidade. Não tem estuprador que escape ileso da guilhotina da lei – que arranca simbolicamente a sua cabecinha (sim, aquela!) – e dos cabos de vassoura e demais acessórios naturais quando pisa no xadrez. Por ser uma cólera do comportamento humano, o estupro é mal visto por todos que se consideram amigos da sanidade. E o é, em grande parte, pela violência que é a não correspondência entre a vontade do estuprador e da vítima. O estuprador quer, a vítima não quer. Mas o estuprador, que sempre é mais forte e corpulento, impõe à vítima sua vontade. Faz da unilateralidade um consenso forçado. A vítima, então, acaba agindo contra sua vontade. Dando aquilo que nem emprestar queria, em resumo. Até aqui todo mundo já sabia.
Porém, o que ocorre seguidamente, são os auto(?-?)estupros (não lembro como ficou essa porcaria de hífen com a ortografia nova). - Autoestupros? Sim, auto-!!-estupros! Os auto%*estupros, diferentemente do estupro mais ortodoxo, por assim dizer, são fenômenos complexos e provavelmente históricos na civilização, mas que só agora tem espaço dentro da democracia sexual para poder fazer parte do (anti)discurso liberal. Os auto$+estupros são mais condenáveis que os estupros uma vez que estupram duplamente: quem quer “estuprar” acaba sendo estuprado e quem também quer ser “estuprada”, acaba não sendo. Explico. Manter-se-á aqui uma hipotética relação heterossexual para facilitar a compreensão do caso, consciente que os estupradores tem preferência sexual difusa.
Como manda o script da felicidade enlatada de uma noite, o menino dá uns beijos na menina, tomam um cachaçinha qualquer além do 0,6 mililitro por alguma coisa de sangue como diz a lei, e acabam na cama (em geral de motel barato ou na casa do menino que é mais barato ainda). O menino, domesticado que foi, quer (às vezes bebe bem além do 0,6 para se convencer de que quer mesmo...). A menina, domesticada para não querer, quer! E como quer! É a lógica inconsciente de que o que é proibido tem mais tempero e mais açúcar... Além disso, sabe-se desde as cavernas que a mulher é do contra...! Independente das razões da cada um, ambos querem. A menina bêbada e com os sentidos corporais aguçados, então, literalmente baba. E baba por todos os lados, porque enquanto o menino bebe para recuperar a masculinidade assustada, a menina bebe justamente para vencer a domesticação que a condiciona. Mas aí a tirania da moralidade e da pressuposição do julgamento alheio lança seu veneno (na primeira vez, nem falar, diz o código da boa menina). A menina, ainda que de pileque, quer, mas não dá (nem empresta, nem porra nenhuma). Ela baba por todos os lados, deseja o menininho do menino mais que tudo, mas mantém em pé o muro da moralidade (e também o menininho do menino), que é, para o pobre menino, um verdadeiro muro das lamentações. É nesse exato momento que o auto-estupro se dá. E ela nem é mais forte nem mais corpulenta! A menina se estupra internamente porque sua vontade e sua ação não encontram correspondência. E estupra o menino e o menininho, que queriam, mas que vão ficar no prelo, sob o efeito imediato de uma molenguidão corporal e psíquica de dar dó. Estuprar é um desencontro de vontades. O autoestupro é um desencontro duplo de vontades, em algumas teorias que ainda não existem também é chamado de estupro às avessas. O auto---estupro devia constar no Código Penal com agravante de pena em relação ao estupro, uma vez que é cometido duplamente. Pode ser uma qualificadora também, eu nunca entendi direito essas coisas de Direito Penal...O crime de autoestupro sequer consta, todavia. Nem se sabe de projeto de lei tramitando para incluí-lo. Pensando bem, talvez o estuprador da história não seja a menina, mas a moral...
A moral estupra muito gente por aí, todos os dias, em todos os lugares...e ninguém nunca viu ela ser julgada, condenada, encarcerada.... e nem assediada por algum cabo de vassoura...
Existe o (minha opiniao: verdadeiro) FEMINISMO, que quer EMPODERAR a mulher e estabelecer para ela direitos que realmente represente alguma coisa a mais do que a "igualdade" (risos" que apenas existe no papel (da Constituicao).
ResponderExcluirExiste tambem um FEMINISMO TACANHA que quer apenas, estilo "Guerra dos Sexos", colocar a MULHER no "comando" e submeter o homem a mesma condicao que a mulher foi submetida nestes milenios e milenios de machismo.
Com essas ultimas, periga tu arrumar problemas com essa "tese"...!!
Lembrei de alguns amigos meus com a ABSURDA teoria depreciativa sobre pessoas que transam "de prima". Tipo: para SE VALORIZAR a pessoa tem que FINGIR que nao quer (ou- se estuprar...). Ridiculo!
que zeus saiba quando a garota se bloqueia em tais momentos para, então, poder julgá-la.
ResponderExcluiro bom é que zeus sabe, igualmente, quando a garota não se frustrou não por conta da moral, mas porque ela, simplesmente, não queria.
complexa a questão de emoldurar os domínios da realidade alheios e imputar-lhes juízos de valor. exceto quando algum ato praticado em tal domínio tenha lhe trazido algum trauma.
Concordo com vc Grazielly !
ResponderExcluirE acho que vc esta se tornando insensível Paulo em generalizar as mulheres dessa forma !
Eu tinha intuido antes de escrever, e o Gabriel bem que me alertou... Esclarecendo: trata o texto sobre a aceitação cega ao moralismo, que tem mil facetas. O exemplo é só um exemplo privilegiado, por assim dizer.
ResponderExcluirpreciso de ajuda para compreender melhor esse texto...me ajuda?????????????
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