quinta-feira, 6 de maio de 2010

A costureira das palavras


Se eu não tenho pressa?
Não: eu tenho urgência!
Urgência de sentir na pele o existencial questionado,
a doce essência no paladar já seco,
o cheiro colorido de tudo que conheço.
Não tenho pressa: tenho fome emergencial
Tenho uma sede de suprimir meu fôlego
Uma angústia de querer o que é eterno
Uma ânsia de pertencer ao que é terno - e nele me aconchegar.
Tudo que padeço, tudo que (des)faleço
Cumpre a função de me tornar nova ao que eu direi que é o começo
Transformo-me, transmuto-me e digo:
quero viver o que lateja em meu peito.
Quero dilascerar o que preciso aqui dentro,
com saga,
com aperto,
com afinco,
erros e acertos.
É o caminho em que posso me perder, sem medo
Já que é o traçado planejado aqui dentro
e confirmado pela razão no mesmo momento.
Urgência de sugar,
Emergência de libertar.
Urro de colorir e de perfumar.
Loucura em tocar.
Agora!
-
Extraído do blog da Grazi - Genealogia do Caos

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