segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mais embates solitários com o amor...


DÓCILCASMURRO

Poderemos comprar amor?
Não se oferta espaço de discurso
para as menininhas de vinte anos
que transam com velhos de sessenta,
por temerário risco de ledo engano.
Nem às putas tristes de Garcia Marques.
Nem à todos que simplesmente
se conformam com a vivência,
com o parelelismo estável das coisas,
e outras corjas de covardes
que rastejam como minhocas anelídeas
sofregamente entre o mundo
e seus belos espaços
A todos esses apavorados com o misoneísmo
- que mesmo humano deve ser vencido -
decreto falência.
Vocês faliram em seus próprios sentidos.
Faliram junto com suas respostas
eivadas de confortável parcialidade.
Como o antiqüíssimo adágio contava:
“É preciso se livrar de tudo,
para se tornar realmente livre”.
E o amor, que não podem os covardes
verdadeiramentenem comprar,
nem manter e nem hipotecar nas linhas do tempo;
segue disponível como a docilidade de selvagens domesticados,
a voar sorrindo em baixa altitude
nos espaços habitados pelos livres.
Ao alcance da mão tal qual
as maçãs nas macieiras.
Livres à procura lúcida por outros.
Mudam-se as gentes,
mas não muda o amor e seus filhos.
E os livres namoram a vida inteira com o amor,
ainda que em bruta solidão.

Um comentário:

  1. Primeiro comentario, de umas notas que vao alimentar algumas almas forazes, encher alguns coraçoes ja nao tao repletos de vida, confundir alguns pensamentos, outros vao suar frio, uns pegarao fogo...

    Muy rico!
    Continue que assim voltarei.

    Abraço Terceiro!

    Ricardo Rosa

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