quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mais homenagens aos ceguinhos do castelo


SONETODACONFORMAÇÃO

Moribundos pela geral anestesia,
não veem o olhar, nem sentem o cheiro.
O amor que se distrai e se esvazia,
é menos pele e mais dinheiro.

Em paz nos infernos meus,
percebo o estranhamento.
Essa gente não percebeu
que vai viver sem sofrimento?!

E a luz que em mim acender,
há de queimar alguma consciência.
Pois o óbvio quer aprender,
que já se grita o fim da decência.

É crueza de porco ora carneado.
E o devoro sem perdão.
Sadio em meus carnudos estados,
opto pela aproximação.

As cordilheiras tortuosas,
a alongar os caminhos teus,
darão flores bem viçosas
para quem inconformar como eu.

E o brilho que crês ser belo,
seguirá contigo até que jaza.
Inconsciente no teu castelo,
escravo da tua alma,
ceguinho na própria casa.

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