sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Surrealismos


A razão da espera é que temos sempre que estar esperando. Esperando. Porque se tem que esperar tanto hein? É que esperamos pela verdade, que é em geral apenas uma sensação. E as boas sensações são então os farelos possíveis de verdade. A verdade fica então limitada ao único momento em que não se espera. O gozo. O relâmpago. A clareira. A luz de poucos instantes. O quando sobrevive-se, sem esperar. O ônibus está por chegar. E a espera, por terminar. E lá no final dos finalmentes, uma geléia com uma flor recém coletada do jardim. Doce por ser flor, gostosa por ser geléia.

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