Liguei a televisão, despretensiosamente, no domingo de manhã. Apenas para acompanhar o café com alguma imagem. Coisas de hábito. Normalmente é o jornal. Seja um, seja outro, não importa, o fim é o mesmo, dar ocupação à mente.
Liguei diretamente nos canais de filmes. Também é um hábito. Vejo qualquer filme, não importa em que momento tenha começado. Verei o que faltar outra hora, quando o encontrar novamente, por aí. Uma espécie de quebra-cabeça de filmes, que vou montando aos poucos.
Estava passando a Loja mágica de brinquedos. O filme conta a história de Magorium, que tem 243 anos e é dono da loja de brinquedos mais fantástica do mundo. Tudo lá é mágico e parece ter vida. A única condição que se pede aos frequentadores é muito simples: precisar acreditar para ver.
De repente, estava eu grudada no sofá, assistindo aviões de papel voando, bichos de pelúcia falando, esqueletos de dinossauros andando, mas principalmente, descobrindo um mundo de lições a cada frase de Magorium, o personagem de Dustin Hoffman
Foram duas grandes lições: de vida e de morte. No filme, a lição sobre a morte vem primeiro. Magorium avisa a Nathalie Portman, a Molly, que ele está partindo, o que significa morrer. Diante da perplexidade e dificuldade dela em aceitar o fato, ele passa a desfiar argumentos, procurando convencê-la de que sua “partida” deverá ser vista como algo natural.
Um dos argumentos usados é a forma como Shakespeare descreveu a morte do Rei Lear, na peça de mesmo nome. Diz Magorium que Shakespeare, brilhantemente, escreveu: “ Ele morreu”. Não houve metáforas, explicações ou arroubos literários, mas um simples ele morreu. Também diz ele que viveu todos os seus cinco atos e gostaria de terminar com um simples e modesto “ele morreu”, porque o que importa é a vida que tivemos antes dessas palavras.
Diante da incredulidade de Molly, ele acrescenta que a vida é um acontecimento e que precisamos estar à altura dele, mostrando o filme, logo depois, uma cena eloquente, para iilustrar a mensagem: os dois personagens aparecem em em uma loja de relógios e os colocam todos para soar na mesma hora, faltando apenas 37 segundos. Diante da algazarra dos relógios pendurados nas paredes e espalhados pela loja, Magorium diz que 37 segundos bem usados são toda uma vida...
Bem, Magorium parte e deixa uma Molly inconsolada, o “ cubo congreve” como presente e a loja, como herança. O cubo de madeira teria a capacidade de fazer milagres, mas para ela, teimosamente, continua sendo apenas um cubo de madeira. A loja, emudecida e apagada, é posta à venda porque Molly não consegue superar a perda do amigo.
Liguei diretamente nos canais de filmes. Também é um hábito. Vejo qualquer filme, não importa em que momento tenha começado. Verei o que faltar outra hora, quando o encontrar novamente, por aí. Uma espécie de quebra-cabeça de filmes, que vou montando aos poucos.
Estava passando a Loja mágica de brinquedos. O filme conta a história de Magorium, que tem 243 anos e é dono da loja de brinquedos mais fantástica do mundo. Tudo lá é mágico e parece ter vida. A única condição que se pede aos frequentadores é muito simples: precisar acreditar para ver.
De repente, estava eu grudada no sofá, assistindo aviões de papel voando, bichos de pelúcia falando, esqueletos de dinossauros andando, mas principalmente, descobrindo um mundo de lições a cada frase de Magorium, o personagem de Dustin Hoffman
Foram duas grandes lições: de vida e de morte. No filme, a lição sobre a morte vem primeiro. Magorium avisa a Nathalie Portman, a Molly, que ele está partindo, o que significa morrer. Diante da perplexidade e dificuldade dela em aceitar o fato, ele passa a desfiar argumentos, procurando convencê-la de que sua “partida” deverá ser vista como algo natural.
Um dos argumentos usados é a forma como Shakespeare descreveu a morte do Rei Lear, na peça de mesmo nome. Diz Magorium que Shakespeare, brilhantemente, escreveu: “ Ele morreu”. Não houve metáforas, explicações ou arroubos literários, mas um simples ele morreu. Também diz ele que viveu todos os seus cinco atos e gostaria de terminar com um simples e modesto “ele morreu”, porque o que importa é a vida que tivemos antes dessas palavras.
Diante da incredulidade de Molly, ele acrescenta que a vida é um acontecimento e que precisamos estar à altura dele, mostrando o filme, logo depois, uma cena eloquente, para iilustrar a mensagem: os dois personagens aparecem em em uma loja de relógios e os colocam todos para soar na mesma hora, faltando apenas 37 segundos. Diante da algazarra dos relógios pendurados nas paredes e espalhados pela loja, Magorium diz que 37 segundos bem usados são toda uma vida...
Bem, Magorium parte e deixa uma Molly inconsolada, o “ cubo congreve” como presente e a loja, como herança. O cubo de madeira teria a capacidade de fazer milagres, mas para ela, teimosamente, continua sendo apenas um cubo de madeira. A loja, emudecida e apagada, é posta à venda porque Molly não consegue superar a perda do amigo.
O tal cubo mostra a razão de sua existência quando Molly volta a acreditar na magia e encantamento da loja, e ele passa a saltitar, voar e dançar sozinho, dando novamente cor e alegria ao lugar, espalhando vida a tudo e a todos. Moral da história ou do cubo, é que é preciso acreditar para ver.
Enquanto pensava no filme lembrei-me de outro, em que um redator de jornal, “escrivinhador” de obituários, em dado momento, comenta que era um hábito que os gregos não tinham. Diante da morte de alguém apenas perguntavam se a pessoa havia sido feliz. Não importava se havia sido importante, rico, famoso, inteligente. Importava, diante da morte, se havia sido feliz.
A respeito da morte, idealizada que está no filme, impossível esperar que nós, pobres mortais, a encaremos tão tranquilamente, ao menos sem que tenhamos passado por um longo aprendizado, com ensinamentos de Buda, Jesus Cristo, Hare Krishna ou outros seres superiores, ou quem sabe, todos juntos.
Agora, quanto à vida, não é possível passar ao largo da mensagem do filme. Numa primeira e supérflua avaliação corre-se o risco de concluir que a mensagem é piegas. Afinal, quem já não ouviu dizer por aí que a vida é feita de momentos, que felicidade não existe, mas sim momentos felizes, que é o presente que conta, etc, etc.
Enquanto pensava no filme lembrei-me de outro, em que um redator de jornal, “escrivinhador” de obituários, em dado momento, comenta que era um hábito que os gregos não tinham. Diante da morte de alguém apenas perguntavam se a pessoa havia sido feliz. Não importava se havia sido importante, rico, famoso, inteligente. Importava, diante da morte, se havia sido feliz.
A respeito da morte, idealizada que está no filme, impossível esperar que nós, pobres mortais, a encaremos tão tranquilamente, ao menos sem que tenhamos passado por um longo aprendizado, com ensinamentos de Buda, Jesus Cristo, Hare Krishna ou outros seres superiores, ou quem sabe, todos juntos.
Agora, quanto à vida, não é possível passar ao largo da mensagem do filme. Numa primeira e supérflua avaliação corre-se o risco de concluir que a mensagem é piegas. Afinal, quem já não ouviu dizer por aí que a vida é feita de momentos, que felicidade não existe, mas sim momentos felizes, que é o presente que conta, etc, etc.
Pois é, mas é tudo verdade. E essa mesma verdade, que nós costumamos maquiar com incertezas, complicações e traumas, é mostrada através da magia de um cubo de madeira que voa, e que parece estar dizendo a cada um para criar o seu próprio enredo. E, pensando bem, nem precisa ser longa metragem, um curta, com boa produção, já é suficiente.
Ah, cubo de madeira não voa? Tem certeza? Já experimentou acreditar?
Ah, cubo de madeira não voa? Tem certeza? Já experimentou acreditar?
*Gladis F. Ferrareze
O Futuro só você pode.
ResponderExcluirNão sabe oque vai acontecer no amanhecer do Dia seguinte.
Mais sabe que vai estar bem e pode fazer que o depois poça ser melhor ainda.
Empatia:
Acredite que não é só o seu e sim dos outros!