sábado, 1 de junho de 2013

os filhos das margens, a angústia do desconforto e o desconforto como semente da autonomia




No máximo, um amante perter-pan.
As de 30 querem ter filhos.
As de 20, 
também querem ter filhos, mas ainda não sabem.
Umas dizem: "eu sou uma MULHER
e preciso de um HOMEM, 
por isso que você não fica comigo."

No meio de um mundo em que todo mundo quer ser um HOMEM, eu só quero ser um homem.

Algumas dizem que abortariam.
Outras dizem que teriam a criança de qualquer jeito -
mesmo que tivessem que ser mães solteiras.

O lamento heroico da mãe solteira - uma moda.
É a sujeirinha moral da história na toalha em que tomamos este café da manhã.
Todas as mães acabam abandonadas no mundo animal.
O abandono do macho em relação à fêmea prenhe,
é um dos caminhos do mito da heroína.

Os coringas de baralho,
os peter-pans,
os palhaços de circo,
os ciganos e os nômades,
os tripulantes de navio,
os imigrantes,
os andarilhos.
Todos esses são os homens de um rio guiado pela força da gravidade.
Homens que esquecem seus filhos na margem com as mães depois que descobrem a riqueza da Terra e da Vida.

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