terça-feira, 26 de junho de 2012

à oeste, o sertão





Eu conheço teu pensamento.
Sei o quê se esconde em ti.
Transito vistoso pelo teu vale.
Sei o gosto suspeito da água que bebes.
Tenho intimidade com teus demônios -
e subornei os anjos do jardim imaculado.
Sei como teu abraço permite entrada.
Toco gaita com tuas bocas,
e tuas bicas...assoprando pelas belezas. 
Domino a parcela da tua loucura que não podes dominar por seres,
tu mesma,
dona de ti.
Te tenho porque não te tenho, 
por condenação de um tribunal de nepotistas. 
Por não ser o corpo que carregas,
antevejo a medida do teu arrepio,
isto que a ti é só bruta matéria do instante.
Por não habitar o quarto que dormes,
compreendo os símbolos que trajetam teus sonhos .
Por não ser o verme viscoso que caminha na tua chaga,
curandeio tua dor incurável...
sonegando tuas mãos facultadas a não fazer nada.
Sei as horas.
E também os excessos. 

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