a hora minuta
a esperança se coça
os dedos correm
o espírito deita
o ladrão rouba de si
o padre desbatina
o presente escuta
...e o verdugo chuta mais um banco pra que outro corpo pese no nada
mata por ofício
puxa o gatilho piamente
caridoso com aqueles que não podem.
mata porque a morte é uma convidada que nunca se atrasa
se a vida precisa dos gondoleiros de Veneza
a morte precisa dos balseiros de almas
as arcas de noé de toda a gente de todo o sempre.
sem coveiros, o mundo cheiraria como uma geladeira fora da tomada.
poder matar é atribuição de antes do que se pode saber.
morrer é a sabedoria que atravessa o tempo.
os verdugos matam,
mas nunca serão torturadores.
os torturadores não têm nenhuma classe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário