sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O CHURRASCO DOS DEUSES


Dalí, que acabou namorando eternamente.

Um amigo que começou a namorar a pouco tempo,
criou em tempo recorde uma barriga que nunca teve.
Talvez case em breve.
O casamento é o corredor da morte no matadouro dos deuses.
Como se os nubentes fossem vacas no átrio de um frigorífico com câmaras frias.
Os deuses nos casam pra que a gente engorde.
As mulheres são enviadas pelos deuses pra nos fazer engordar.
Vamos aumentando a pança.
Criando carne.
Formando graxa.
Quando estamos no ponto,
como um bife que não é nem bem nem mal passado,
os deuses metem uma estricinina divina nas veias da gente.
Morremos,
com direito a velório, chazinho de carqueja e velinhas religiosas com a coluna atrofiada dizendo:
"...pelo menos descansou".
E enquanto os familiares choram no velório
(isso se a morte for caso de choro e não de festa),
os deuses divertem-se esperando que a gente vire o churrasco deles.
Acho que é preciso evitar o orgasmo do casamento
pra que o ímpeto de sono-pós-orgasmo não amoleça as carnes do relacionamento.

Um comentário:

  1. Ja, no meu caso, engordo por comer file mignon na mesma mesa com os Deuses. Na verdade, planto, colho, mato, carneio, cozinho, sirvo e como c eles (só n lavo a louça).
    Planto saude e como (do verbo comer) amor!
    Minha pança é o classico "calo amoroso"!

    Grande abraço hermes!

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