quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

explícitasreticências





Quando nos encontrarmos
- e será tão loguinho que já agora tudo é céu -,
estaremos somando nossos 4 pés na areia,
em frente da divindade do mar,
quando a tarde estiver pronta pra dormir
e o sol, no lugar que sempre deve estar.
A brisa vai ser como deve ser,
E o mar num ritmo bom para nos acalentar.
O universo todo, então, no devido lugar.
Outra vez.

Reticências explícitas pululavam.
E quando, entrementes, caminharam,
o universo todo deu voltas imensas até sabe-se lá onde.
Eles sabiam tudo.
Tudo que acontecia.
Tudo que os envolvia.
Até que o tudo não era assim grande coisa.
Sabiam e saberiam.
(Saber antecipadamente é o sêmen do destino.)
E o destino,
eles tinham na palma das 4 mãos que tinham.
Eram andróginos sem saber, depois, logo rápido, souberam.
Coisas rápidas são matéria das sensações,
não do entendimento.
Mas entenderam, sentindo,
que vinham ambos do mesmo lugar
e que por isso pertenciam um ao outro.
Assim como entenderam, sentindo,
o lugar que o sol deveria estar quando estacionou na pele do mundo,
a brisa mansa do fim das tardes que silvava,
o ritmo adocicado do mar,
Mais todo resto deles antes usurpado.

O cordão cortou-se,
assim efemeramente,
e não por efêmero que fosse,
evitou-se o choro.
Que era manso e tristonho,
porque tristonho não é tão triste quanto o triste.
Mas, visto que de lágrimas se faz um choro,
havia uma tristezinha necessária a se enfrentar.
O afeto que transitava a conta-gotas,
transbordou no balde da existência que os envolvia,
assim num repente.
As estrelas explodiram,
mas nem noite ainda era.
Havia uma união distante, invisível.
Havia um cordão feito de aço,
E quem sabe só Deus soubesse como desfazê-lo.
Deus estava metido na história.
Talvez observando.
Ou rindo-se docemente,
como o Buda feliz da vida que tenho em cima da mesa lá em casa,
mostrando que para encontrar Deus,
é preciso encontrar-se.

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