quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Será que Nietzsche gostava de peitos ou preferia as bundas?


Eu e Cassandra em 1912

Trepávamos como a unidade do espírito santo amém.
Evito dizer essas rezas.
Como evito escrevê-las
por medo de escrever sobre alegrias.
Sou um egoísta das alegrias.
E,
além do mais,
as alegrias me deixam com medo.

Ela circulava pelada pela casa em penumbra,
usando uma camiseta surrada que talvez fosse minha.
Os bicos arrepiados não eram dois, mas apenas um.
Na verdade eu que já não enxergava direito.
Ela tinha um bico que vivia arrepiado e outro que vivia murcho,
pra dentro, introvertido, negativo,
como se se recolhesse chafurdando o mundo.
Esse bico só aparecia durante o sexo,
ele era um egoísta como eu,
ou talvez era apenas alguém tímido.

O repousou, a morte, as ilhas que habitamos no mar do universo:
tudo isso quando está ao nosso redor é tão familiar,
- e não temos medo do que nos é familiar.

São paisagens, demasiado paisagens,
como Nietzsche já disse sobre os humanos que vivem em nós.
Será que Nietzsche gostava de peitos ou preferia as bundas?



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