domingo, 10 de abril de 2011
trânsito
Me adoenço.
Me curo.
Me adoenço.
Me curo.
Me adoenço.
Me curo.
(ad eternum)
Permaneço assim.
Nos hospitais de mim deixo meu corpo fétido equanto silvo pelo jardim das delícias.
Se é minha paz que se adoenta, fortaleço minha beleza para ser o pilar que sustenta a fraqueza do espírito.
Não é bom estar doente.
Não é ruim estar doente.
Não é bom estar curado.
Não é ruim estar curado.
A tolice pensará isto como um atributo,
como ser maleável ou felxível ou camaleão.
Estarão enganados.
Frequentemente estão e por isso me afasto.
Até quando?
Talvez até onde eu deva ir...mas onde está este onde?
Um postulado de fuga e permanência:
Se está doente.
Se está saudável, simplesmente.
Quem ainda não sabe que a palavra “é” é a mais poderosa e também a mais fajuta?
Disso se trata.
O “é” macula o pensamento que se escreve.
O “é” não existe.
E quando existe funciona para tornar possível um acesso. Mas qual?
Só o gerúndio é possível porque tudo o mais padece.
Tudo já foi e se não quisermos a cólera da sensação de orfandade
temos que nos proteger no útero de estar.
Estamos!
Deixemos afixado o postulado de que ESTAMOS.
Nossa consciência vive no estar, estando acordado ou estando a sonhar.
Estou doente até a hora que venha a cura. Transito.
E porque transito, não sinto dor nem delícia. Não sinto.
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O incessante ato de "sentir prazer" nos satisfaz e consome, pouco a pouco! Leva ao delírio, a loucura, adoece.. E é simplesmente perfeito porque não há compreensão, não há cura, não há verdade. Sem entendimentos, sem nada que o signifique, apenas é.
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