quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

PROSTITUTOS

Prostituição é andar na contramão do coração. É hipotecar a própria alma em nome de necessidades terrenas ou que não são nossas. Pode ser com sexo, mas também com o não-sexo.Existe prostituição contra si mesmo dentro do próprio casamento quando alguém deixa de se satisfazer (vale sexo casual, masturbação, saída com amigos, desejos inconfessáveis etc.) para não agredir a moral que paira sobre as famílias inautenticas que absorvem sem perceber a moral coletiva. Existe - e muito - a prostituição pelo trabalho...Quem, entre os tantos que contam os minutos do relógio esperando o expediente terminar porque odeiam o que fazem, poderá condenar uma prostituta "clássica"? Pode haver prostituição quando as nossas necessidades que parecem secundárias, são, na verdade, preferenciais e acabam prostituídas. Quem deixa de fazer alguma coisa por conta de uma imposição moral (e elas são como carrapatos em nós...) acaba se prostituindo. Prostituição também é um atalho falacioso para uma redenção mais falaciosa ainda. Prostituição é ir contra a moral do "bem" que se arrasta pela história, em especial, a partir do advento do cristianismo. Prostituição é deixar de educar em nome dos alunos que viraram clientes. Prostituição é abdicar dos nossos fundamentos bem pensados e refletidos em nome de um Éden que vive num tempo que não existe, o futuro. De algum jeito, somos todos prostitutos e prostitutas, não sejamos hipócritas. O "sistema" econômico é apenas uma das pressões que forçam nossa própria prostituição... Repito, apenas uma entre tantas. E - pergunto - se viver nessa terra que equilibra dores e delícias for também uma prostituição?

Nenhum comentário:

Postar um comentário