A solitude nos faz reis, enquanto
a solidão nos faz escravos. E entre o trono e a chibata, estão os que caminham.
Os caminhantes repousam suas canseiras em busca de reabastecimento, abrigo e
conselhos. São os conselhos, travestidos de mote para o diálogo, a coordenada
para a solitude. São nas pousadas da estrada que os caminhantes abastecem as
suas direções, recuperando a força das pernas e redefinindo o traçado de seus
itinerários. A pousada é o grande Outro em que o viajante encontra cama, sopa, fogo
para a roda de prosa e para o frio da noite, afinal, é da natureza do encontro
que haja alguma espécie de calor. A doçura de estar só é o cajado daquele que
caminha em direção ao seu próprio coroamento. A solitude é um balançar na rede,
no interstício de um sono já quase sem vigília: é quando podemos esticar as
vistas sobre o amplo de nós, no entreato de extremos que vai da falsa plenitude
dos sentidos até a invasão das sensações íntimas. Sem o estorvo da mirada
alheia, promovemos os seminários necessários com todos os que nos habitam. Ejaculamos
para dentro, semeando o diálogo facilitado pelo silêncio. A longa semeadura
dentro da própria consciência depende deste solo livre de influências imediatas,
desta terra recém afagada pelo outro, mas livre de sua presença. A sensação de
solidão tem algo de amargo, algo de ausente, algo que corta os pulsos do
espírito. Os que caminham de mãos dadas com a solidão, caminham em direção ao
estado do diminuto, do verme, da partícula, como um Benjamin Button que nasce velho e faz mal uso do tempo para remoçar. É preciso que o
tempo nos envelheça, que nos faça vincos de sabedoria no espírito, que controle a ânsia pelo outro como completude em direção ao outro como compartilhamento. É preciso que a estrada do tempo cubra de
pó os nossos sapatos para que possamos indagar a necessidade deles na caminhada. O anti-fluxo do tempo cobra um imposto caro. A necessidade imperiosa
do outro como definidor dos sentidos revela a insuficiência de si-mesmo. Se o
outro constitui, por meio do diálogo tácito ou expresso, qual espelho do mundo,
nossa identidade, é no silêncio de depois da dialética, no sono profundo, na
quietude colorida do sonho, que integramos à consciência os passos que devemos
pisar em direção ao trono da autonomia.
Fico bastante agradecido pela sua insistência em postar comentários no meu blog, Paulo Ferrareze Filho. Infelizmente, como a sua opinião e a de seus amigos me interessa muito pouco, removo todos. Até mudei a configuração para moderar os comentários de agora em diante. Sugiro que gaste seu tempo estudando Geografia e Latim. Vai melhorar sua cultura geral, o que você muito precisa. Fica feio usar um título de mestre e falar tantas coisas desencontradas, tantas asneiras. Os chineses da meditação mandam lembranças. Os indianos também.
ResponderExcluirooommmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
ResponderExcluir= onomatopéia oriental que representa ironia
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