Descer o inferno é satisfação de uma escolha.
É praticar a metafísica avessa do arbítrio.
O ingresso é uma navegação para o outro mar,
turvo e
caudaloso que flerta com a água clara e seduz as aves sem ninho.
E o prelúdio é um
remo de aço em braços fracos e flácidos e petulantes.
A arrogância é o cheiro do incenso que se fuma num altar.
Depois voar pela lua nova refletida nas nuvens tempestuosas das
coisas que meditamos por força do arrepio do vento e do medo.
Comer o banquete de carne de porco mal cozida e café gelado como provação.
O inferno é o parque de diversões de quem descobre que a
escuridão é o primeiro sentido da luz.
Do esconderijo do útero até o último passo do fenecer, haverá
agenda no inferno.
E a certeza solar da vida mais ainda será depois que ser for
e voltar.
Quem volta deixa um bilhete subornado e o passa entrededos corruptos.
O assunto é um alerta para a cruzada do peregrino subterrâneo.
O inferno acaba apenas na metade para quem volta de verdade.
Está escrito assim:
Lembra que tua ida curiosa será tua volta cansada.
Lembra que o retorno é pulsão de prudência.
Lembra que não é conveniente que se recupere fôlego nas
entranhas do inferno.
Lembra que o inferno não perdoa os que param,
– diz o bilhete,
que acaba com uma vírgula e um borrão na última parte.
Um dia antes a essa tua postagem eu fui ao inferno e voltei ! Bom se fiquei na metade ou não isso eu não sei... Apenas tenho certeza que o meu medo não era tão irreal !
ResponderExcluirBJOS